A ideia é deixar as participantes à vontade e sozinhas dentro do veículo, no momento da gravação
Por: Agência Brasil
Um estúdio móvel está passando por pontos da capital paulista para colher depoimentos de mulheres que sofreram qualquer tipo de assédio. A van percorrerá cinco locais até o dia 11, durante a Semana da Mulher, e os depoimentos coletados serão transformados em um documentário, que será exibido em projeções simultâneas e ao ar livre em prédios e muros da cidade. As falas individuais e o filme Precisamos falar do assédio também ficarão disponíveis no site www.precisamosfalardoassedio.com.br.
A jornalista e diretora do documentário, Paula Sacchetta, da Mira Filmes, idealizadora do projeto, disse que a explosão de campanhas feministas nas redes sociais no final do ano passado, despertou na produtora o desejo de abordar o tema. “Mas, mais do que isso, a ideia era fazer com que o projeto se tornasse um movimento e passasse a ser discutido permanentemente. Queríamos também que tudo isso tivesse um caráter urbano, por isso fizemos esse estúdio móvel."
Os depoimentos começaram a ser colhidos ontem. A ideia é deixar as participantes à vontade e sozinhas dentro do veículo, no momento da gravação. Quem não quiser mostrar o rosto pode colocar uma das máscaras disponíveis e usar um equipamento para distorcer a voz. “As máscaras foram feitas especialmente para o projeto e representam os motivos pelos quais ela pode não querer mostrar o rosto: medo, raiva, tristeza e vergonha. Queremos deixar marcado que elas estão escondendo esse rosto por sentimentos muito fortes para elas”.
Do lado de fora da van, uma representante da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, oferecerá orientação e encaminhamento às interessadas.
Na segunda-feira, a van estava no Largo Treze, e hoje, na Praça Patriarca. Até o meio dia de hoje, 12 mulheres já haviam contado sua história. Segundo Paula, a produção não está delimitando o significado da palavra assédio. “Nós não estamos definindo, cada mulher é que expressará o que sente como assédio. Pode ser desde o fiu-fiu na rua até um estupro. É a violência contra a mulher de qualquer forma. Fiquei impressionada com o que a mulher pode entender como assédio. O projeto tem servido para as mulheres perceberem as violências pelas quais passam."
A auxiliar de enfermagem, Maria José Feitosa, contou, em seu depoimento, que há oito anos trabalhava no período da manhã e, por isso, saia de casa às 5h. “Um dia havia só um rapaz e eu na rua. Ele começou a falar palavras horríveis e tirou a roupa. Minha reação na hora foi gritar, xingar, ter medo e correr. Só de contar eu fico gelada. Eu corri todos os riscos, mas na hora só pensei em me defender”.
Segundo ela, por algum tempo foi difícil falar do assunto, por vergonha, e ela não revelou nem ao marido, por receio de deixá-lo preocupado, porque ele trabalhava durante a madrugada. “Por isso mudei meu horário de trabalho para sair de casa à noite e chegar de manhã, porque achei que corria menos risco”. Depois do ocorrido, ela mudou todos os seus hábitos e até hoje ainda sente medo.
Amanhã, o estúdio móvel estará no terminal de ônibus da Cidade Tiradentes, na quinta na Mooca e na sexta na avenida Paulista. Ainda não há prazo para que o filme seja exibido, porque a produção captou recursos para a primeira fase do projeto e está buscando patrocínio para a etapa da exibição.
FONTE: Diário de Pernambuco
Por: Agência Brasil
Um estúdio móvel está passando por pontos da capital paulista para colher depoimentos de mulheres que sofreram qualquer tipo de assédio. A van percorrerá cinco locais até o dia 11, durante a Semana da Mulher, e os depoimentos coletados serão transformados em um documentário, que será exibido em projeções simultâneas e ao ar livre em prédios e muros da cidade. As falas individuais e o filme Precisamos falar do assédio também ficarão disponíveis no site www.precisamosfalardoassedio.com.br.
A jornalista e diretora do documentário, Paula Sacchetta, da Mira Filmes, idealizadora do projeto, disse que a explosão de campanhas feministas nas redes sociais no final do ano passado, despertou na produtora o desejo de abordar o tema. “Mas, mais do que isso, a ideia era fazer com que o projeto se tornasse um movimento e passasse a ser discutido permanentemente. Queríamos também que tudo isso tivesse um caráter urbano, por isso fizemos esse estúdio móvel."
Os depoimentos começaram a ser colhidos ontem. A ideia é deixar as participantes à vontade e sozinhas dentro do veículo, no momento da gravação. Quem não quiser mostrar o rosto pode colocar uma das máscaras disponíveis e usar um equipamento para distorcer a voz. “As máscaras foram feitas especialmente para o projeto e representam os motivos pelos quais ela pode não querer mostrar o rosto: medo, raiva, tristeza e vergonha. Queremos deixar marcado que elas estão escondendo esse rosto por sentimentos muito fortes para elas”.
Do lado de fora da van, uma representante da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, oferecerá orientação e encaminhamento às interessadas.
Na segunda-feira, a van estava no Largo Treze, e hoje, na Praça Patriarca. Até o meio dia de hoje, 12 mulheres já haviam contado sua história. Segundo Paula, a produção não está delimitando o significado da palavra assédio. “Nós não estamos definindo, cada mulher é que expressará o que sente como assédio. Pode ser desde o fiu-fiu na rua até um estupro. É a violência contra a mulher de qualquer forma. Fiquei impressionada com o que a mulher pode entender como assédio. O projeto tem servido para as mulheres perceberem as violências pelas quais passam."
A auxiliar de enfermagem, Maria José Feitosa, contou, em seu depoimento, que há oito anos trabalhava no período da manhã e, por isso, saia de casa às 5h. “Um dia havia só um rapaz e eu na rua. Ele começou a falar palavras horríveis e tirou a roupa. Minha reação na hora foi gritar, xingar, ter medo e correr. Só de contar eu fico gelada. Eu corri todos os riscos, mas na hora só pensei em me defender”.
Segundo ela, por algum tempo foi difícil falar do assunto, por vergonha, e ela não revelou nem ao marido, por receio de deixá-lo preocupado, porque ele trabalhava durante a madrugada. “Por isso mudei meu horário de trabalho para sair de casa à noite e chegar de manhã, porque achei que corria menos risco”. Depois do ocorrido, ela mudou todos os seus hábitos e até hoje ainda sente medo.
Amanhã, o estúdio móvel estará no terminal de ônibus da Cidade Tiradentes, na quinta na Mooca e na sexta na avenida Paulista. Ainda não há prazo para que o filme seja exibido, porque a produção captou recursos para a primeira fase do projeto e está buscando patrocínio para a etapa da exibição.
FONTE: Diário de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário