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Mudanças nos hábitos alimentares, entre alguns outros cuidados, já são suficientes para evitar crises e controlar o problema
Desfrutar de uma saborosa refeição é sempre muito agradável. Para algumas pessoas, no entanto, o prazer à mesa pode dar lugar a um verdadeiro transtorno, momentos depois, em função de um problema cada vez mais frequente hoje em dia: a chamada doença do refluxo. Caracterizado pelo retorno dos alimentos ingeridos e do próprio suco gástrico ao esôfago, o problema é acompanhado de diversos sintomas como azia, queimação no peito, boca amarga, entre outros menos comuns, como dor na garganta, no ouvido e tosse.
“Por isso, a doença costuma ser confundida com outras. Ou seja, quando a pessoa sente algum mal-estar, ela pode até pensar que está tendo um infarto, uma simples tosse ou alguma outra doença sem relação com o sistema gastrointestinal, caso o sintoma esteja relacionado com as vias aéreas. Por isso, é importante que as pessoas saibam sobre o problema e procurem tomar os cuidados necessários”, afirma o gastroenterologista do HCor – Hospital do Coração, Dr. André Siqueira Matheus.
Apesar de causar grande incomodo e poder trazer comprometimentos significativos à saúde, o refluxo pode ser prevenido ou evitado de maneira relativamente simples. Segundo o Dr. Siqueira, uma alimentação balanceada, hábitos saudáveis, entre alguns outros cuidados, já são suficientes para evitar crises.
“O refluxo se dá quando ocorrem falhas no processo de funcionamento do estômago. A mais frequente delas acontece quando a musculatura do esfíncter inferior do esôfago sofre uma perda do nível considerado normal de pressão, permitindo que o suco gástrico volte ao esôfago”, explica o Dr. Siqueira. “Esse tipo de intercorrência geralmente está associado a casos de obesidade ou sobrepeso, já que os quilos a mais exercem pressão sobre o estômago e empurram o alimento e o suco gástrico de volta para o esôfago, durante a digestão. Por isso, é preciso estar sempre atento à saúde e à alimentação para evitar que o problema venha a ocorrer”, afirma o gastroenterologista do HCor.
Além de vigiar a obesidade, o Dr. Siqueira tem algumas dicas bastante úteis para evitar as crises de refluxo e, de quebra, ainda manter um estilo de vida mais saudável:
. Coma pouco e sempre – na medida do possível, faça de quatro a cinco refeições por dia em pequenas porções de três em três horas. Ficar cheio demais, favorece a ocorrência de refluxo.
. Evite a “siesta” – Embora seja bastante comum, aquela soneca logos depois das refeições pode causar refluxo. Isso acontece porque, quando estamos deitados, a ausência de gravidade facilita bastante o retorno do conteúdo gástrico ao esôfago.
. Evite bebidas gasosas – O gás presente em refrigerantes, entre outras bebidas gasosas, costuma ficar concentrado no tubo digestivo. Isso provoca a dilatação do estômago e facilita o refluxo.
. Consuma menos café, cigarro e chocolate – Esses três produtos contêm substâncias que relaxam o esfíncter esôfago, o que possibilita o retorno dos alimentos.
. Use roupas mais folgadas – Peças que apertam o abdômen, como calças, cintos e cintas podem pressionar a barriga e contribuir com o refluxo do ácido gástrico para o esôfago.
. Evite molhos e condimentos industrializados – O excesso de produtos químicos e ingredientes como pimenta, presentes em molhos e condimentos industrializados, podem potencializar as chances de refluxo porque aumentam a secreção de ácido gástrico pelo estômago. O ideal é substituir estes alimentos por ervas aromáticas que são mais saudáveis e não proporcionam danos ao organismo.
. Diminua as frituras – Além de sobrecarregar o estômago, o alto teor de gordura relaxa o esfíncter esôfago e facilita o retorno dos alimentos.
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