Cientista político avalia que governo precisa agir rápido
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© Ueslei Marcelino/Reuters |
Mesmo após o governo federal ser alvo de críticas no combate à crise de abastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros, o cientista político Murillo Aragão afirma que a gestão de Michel Temer não foi inviabilizada pela mobilização. Fundador da consultoria Arko Advice, Aragão se especializou em traçar cenários políticos para empresários e banqueiros. Ele reconhece, no entanto, que o governo está debilitado e frágil. Para Aragão, o fato de a paralisação dos caminhoneiros causar transtornos para a vida da população deve evitar que a mobilização se alastre por outros setores. Na opinião do cientista político, o governo precisa trabalhar rapidamente, restabelecer a ordem e dar uma solução rápida à distribuição de combustíveis. "(Tudo) vai depender de como o Planalto conduzir os próximos dias." A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como a greve dos caminhoneiros afeta o governo Temer?
O governo hoje tem uma agenda que fica cada vez mais limitada, à medida que chegamos a julho (quando começa a corrida eleitoral). Essa crise pode afetar a imagem do governo. Se as próximas pesquisas trouxerem um aumento na desaprovação, o governo fica com limitações políticas. Evidente que é um governo fraco, em fim de mandato, com baixa popularidade. Um problema como esse não inviabiliza a governabilidade, mas prejudica. O governo não está inviabilizado, mas está limitado, na medida em que esse problema fique na agenda. Só existirá (risco) se as manifestações contaminarem outros setores e a questão se tornar generalizada. Claro que existe uma insatisfação represada, diferente da insatisfação que existia com a Dilma. Ela teve uma insatisfação mobilizada, o Temer tem uma insatisfação desmobilizada. O problema da governabilidade se tornará sério mesmo se a insatisfação for mobilizada.
E existe essa chance de contaminar outros setores?
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