Viviane Vieira do Amaral foi morta a facadas na frente das três filhas do casal. Em vídeo, as meninas pedem para ele parar de golpear a vítima.
Por G1 RioO ex-marido da juíza Viviane Vieira do Amaral, que, segundo a polícia, a assassinou com facadas se calou na delegacia e disse que só vai se manifestar em juízo.Paulo José Arronenzi foi preso na véspera de Natal e levado à Divisão de Homicídios, ainda no dia 24. De lá, ele será transferido para o sistema prisional nesta sexta-feira (25).
O crime ocorreu na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) foi esfaqueada na Avenida Rachel de Queiroz, na frente das três filhas do casal.
O assassinato foi registrado em um vídeo que foi analisado pelos policiais. Na gravação, as crianças pedem ao pai que parem de golpear a juíza.
Em setembro, Viviane havia feito um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela chegou a ter escolta policial concedida pelo TJ-RJ, mas pediu para retirá-la posteriormente.
A juíza não foi a única mulher a denunciar o engenheiro para a polícia. Em 2007, uma ex-namorada dele registrou ocorrência policial porque estaria sendo importunada por ele, que não aceitava o fim do relacionamento.
Entidades jurídicas manifestam pesar
Em nota, o TJ-RJ disse que "lamenta profundamente" a morte da juíza Viviane Arronenzi, vítima de feminicídio.
Já a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram nota conjunta em que expressam "extremo pesar" pelo que classificaram como "covarde assassinato da juíza". As entidades afirmaram que o crime não ficará impune.
"As entidades representativas do magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos", enfatiza a nota.
No mesmo comunicado, o presidente da AMAERJ, Felipe Gonçalves informou que, ainda na noite de quinta-feira, conversou com o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, delegado Alan Turnowski, e com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime.
"Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável”, reiterou Gonçalves.
Já a presidente da AMB, Renata Gil, destacou sua "indignação e repulsa" diante do assassinato da magistrada.
"O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater este mal”, enfatizou Renata Gil.
O Ministério Público do Rio de Janeiro também manifestou pesar pela morte da juíza e repúdio ao feminicídio. O órgão enfatizou que irá acompanhar as investigações a respeito do crime por meio da Promotoria de Justiça.
FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/12/25/ex-marido-que-matou-juiza-no-rio-se-cala-na-delegacia-e-so-vai-falar-em-juizo-diz-policia.ghtml
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