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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

DIA 15 DE SETEMBRO - Fleming e a Penicilina


 Fleming em seu laboratório
Na história da Biologia e da Medicina, várias descobertas se destacam por sua importância no intuito de salvar vidas, como por exemplo, o processo que permitiu o desenvolvimento das vacinas. Outra dessas descobertas marcantes foi o desenvolvimento dos antibióticos, medicamentos que, como o próprio nome já determina, agem promovendo a morte de bactérias.
No caso da penicilina, temos que o acaso permitiu que a pessoa certa, no momento certo, tivesse a sensibilidade para observar num evento de perda de material de pesquisa a oportunidade para descobrir algo novo.
Essa história ocorreu em 1928, quando Alexander Fleming, então com 47 anos, ao retornar de suas férias, observou que havia esquecido algumas placas com culturas de Staphylococcus aureus sobre sua bancada no laboratório.
Entretanto, algo acorreu e chamou a atenção daquele bacteriologista, em algumas placas havia fungos e, nessas placas, as bactérias haviam morrido. Fleming, instigado pela observação, se propôs a trabalhar sobre aquele novo assunto e, assim, isolou o fungo em outras placas e descobriu que se tratava do gênero Penicillium, observou também que esse fungo sintetizava alguma substância que tinha ação bactericida.
Não devemos pensar que com essa descoberta estava tudo resolvido! A partir dela iniciou-se a busca por fungos e bactérias a fim de saber quais os tipos de fungos do gênero Penicullium tinham essa característica bactericida e também saber quais linhagens de bactérias eram sensíveis a essa determinada substância.
Inicialmente, a pesquisa de Fleming não empolgou muito o meio científico, visto que vários trabalhos diferentes já eram realizados para obter resultado contra a ação nociva de determinadas bactérias. O trabalho de Fleming seria apenas mais um.
Passados 10 anos, com o início da 2ª Guerra Mundial, houve a necessidade de desenvolver novos medicamentos a fim de combater os processos infecciosos, que já haviam matado milhares de feridos na 1ª Guerra. Assim, em 1940, dois cientistas, Florey e Chain, conseguiram desenvolver uma técnica que permitia a produção em grande escala da penicilina. Com isso a penicilina se apresentou como substância ideal e, para sua produção em grande quantidade, houve forte incentivo financeiro.
A penicilina, através de sua ação bactericida, permitiu a redução significativa das mortes na guerra e, de certa forma, inaugurou uma nova fase na medicina, a fase dos antibióticos. A partir deste momento e com o fim da guerra, as pesquisas sobre novas formas de produção e sobre a ação de outros organismos foram impulsionadas; chegando ao nível de desenvolvimento que experimentamos atualmente, com a produção de antibióticos semissintéticos.
O evento da descoberta da penicilina se destacou pela soma de fatores que o tornam ainda mais interessante, como:
- O fungo que contaminou a placa esquecida por Fleming é uma das espécies do gênero Penicillium mais eficientes na ação bactericida.
- O crescimento do fungo e das bactérias ocorreu lentamente, fato influenciado por fatores climáticos atípicos ocorridos na Inglaterra naquele ano.
- O fato de Fleming se propor a analisar o material perdido, não o eliminando de imediato, como seria de se esperar.
A substância penicilina tem sua ação antibiótica ao inibir a síntese da parede celular bacteriana, ocasionando a perda da estrutura de proteção e estabilidade mecânica da bactéria, ocasionando a ruptura da membrana plasmática. Daí vem sua capacidade bactericida!
Fabrício Alves Ferreira
Graduado em Biologia
Equipe Brasil Escola

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