Artigo sugerido pela leitora Flávia Domingues
Uma pesquisa-ação inédita realizada pelo Ministério da Cultura (MinC) e pela organização social Casa da Arte de Educar apontou que professores brasileiros têm muita dificuldade no diálogo com demais instituições educativas - como museus e bibliotecas – e muitas vezes entendem cultura como sinônimo de “cultura letrada” aquela explicitada somente nos livros. O levantamento também revelou que escolas e demais equipamentos culturais precisam de apoio técnico e financeiro para se tornarem um sistema de educação ampliado como discute e planeja o Ministério.
O MinC realizou encontros em todas as regiões brasileiras no ano passado diversos, chamados de pesquisa-ação, que fazem parte do projeto nacional Um Plano Articulado para Cultura e Educação, que prevê a elaboração de uma nova política pública que faça da escola um grande espaço de produção e circulação da cultura brasileira, com acesso aos bens culturais e respeito à diversidade.
Os encontros reuniram, além de professores, representantes de museus, bibliotecas, pontos de cultura, educadores, estudantes, artistas e lideranças comunitárias para debater as dificuldades e apresentar propostas de articulação entre Cultura e Educação. No total foram ouvidos 1.664 atores, em 165 municípios e 26 estados.
O “Plano Articulado para Cultura e Educação” é uma das iniciativas previstas no Acordo de Cooperação Técnica assinado entre o MinC e o MEC, em dezembro de 2011. Este acordo apresenta um orçamento total estimado em R$ 80 milhões para a realização de diversas ações entre as duas pastas.
Resultados da pesquisa
A pesquisa-ação abrangeu 165 municípios, 26 estados brasileiros e ouviu 1.664 atores com o objetivo de investigar as condições das práticas educativas realizadas por escolas e demais agentes educativos (como museus, ongs bibliotecas etc) visando estruturar princípios orientadores para as políticas da cultura voltadas para a educação.
“O que é preciso deixar claro que com esta pesquisa não serão apenas leis que poderão alterar as relações entre escolas, cultura e demais práticas educacionais. Só uma construção coletiva, dentro e no entorno da escola, amparada por uma legislação democrática, poderá implementar mudanças necessárias”, conclui Sueli.
Algumas conclusões
- A pesquisa-ação apontou que os professores têm demonstrado muita dificuldade no diálogo com saberes não instituídos, os chamados saberes do cotidiano, e muitas vezes entendem cultura como sinônimo de cultura letrada e que se aprende na escola.
- A pesquisa revela a necessidade de investimento para a conquista de práticas pedagógicas e de gestão democrática nas escolas. Sem condições de diálogo e participação não será possível a conquista da intersetorialidade entre as políticas de cultura e educação.
Consulta pública
A íntegra da pesquisa pode ser consultada no site da Casa da Arte de Educar, no linkhttp://www.artedeeducar.org.br/wp-content
Até logo!
FONTE:
CANAL DO ENSINO
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