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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Ministério Público abre inquérito contra aplicativo Lulu e Facebook

Folhapress | 19h25 | 02.12.2013

Lulu é de uso exclusivamente feminino

O Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) abriu um inquérito civil público contra a Luluvise Incorporation, empresa responsável pelo aplicativo Lulu, e contra o Facebook. Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, o aplicativo no qual mulheres dão notas a homens de sua rede social "evidencia ofensa a direitos existenciais de consumidores, particularmente à honra e à privacidade".
A empresa Luluvise Incorporation informou que ainda não foi notificada pelo Ministério Público sobre o inquérito. O Facebook disse que não se pronunciará sobre o caso. FOTO: Reprodução/onlulu.com
Segundo o promotor Leonardo Bessa, um dos principais problemas legais do aplicativo que virou febre entre as mulheres no Brasil é que os homens não podem optar por entrar ou não no Lulu. Eles têm opção apenas por sair do aplicativo.
"Que haja uma autorização genérica nos termos de uso do Facebook não é o suficiente para que as informações dos usuários seja utilizadas em outros aplicativos quando se trata do direito à privacidade e dignidade. Nesses casos é necessário um consentimento específico", afirma Bessa.
"Além disso, as avaliações são anônimas, o que é gravíssimo. A própria constituição garante liberdade expressão, mas veda o anonimato", explica o promotor. Segundo ele, a medida também valerá para o Tubb (uma avaliação de mulheres por homens), caso 
seja mesmo lançado.
Em devem prestar esclarecimentos
As empresas terão o prazo de cinco dias para apresentarem seus esclarecimentos à promotoria. Em seguida, será realizada uma audiência entre o Facebook, a Luluvise e o Ministério Público, na qual a promotoria apresentará suas sugestões de mudanças no aplicativo. "Se não for possível para as empresas se adaptarem às sugestões, o caso será levado à Justiça", explica o promotor. Segundo Bessa, o caso também pode resultar em uma ação civil pública por dano moral coletivo.
O Lulu é de uso exclusivamente feminino. As usuárias se conectam com suas contas de Facebook e o aplicativo "puxa" as informações dos homens que elas têm como amigos na rede social, sem que eles saibam. Entretanto, os rapazes podem baixar o aplicativo e solicitar que seu perfil seja retirado da lista de avaliações.
O que mais têm incomodado os homens, além do fato de serem avaliados sem saber por quem, estão as hashtags pelas quais as mulheres apontam suas qualidades e defeitos, como #LábiosdeMel, #ApaixonadopelaEx e #PrefereVideogame.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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