Ministério diz que valores voltam ao orçamento para pagar outras famílias
16/03/2014 - 16:38
Os dados são de outubro de 2003, quando o programa foi lançado, até agosto do ano passado – data das informações mais recentes do ministério.
Através do Bolsa Família, o governo deposita mensalmente uma quantia para os beneficiários, que são famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Os saques são feitos por meio de um cartão magnético, e o valor repassado depende do tamanho da família, da idade dos membros e da renda.
De acordo com o ministério, quando o repasse mensal não é sacado em até 90 dias, ele "volta ao orçamento do MDS, sendo utilizado para pagamento de outros beneficiários".
"Aproveitamos para destacar que toda e qualquer transferência de renda apresenta diferenças entre valores emitidos (a folha de pagamentos) e valores pagos (valores efetivamente sacados). Isso ocorre com benefícios previdenciários e assistenciais, com benefícios de emprego (seguro-desemprego, abono salarial) e também com transferências condicionadas, como é o caso do Bolsa Família. Não se trata, portanto, de uma particularidade desse último tipo de programa, mas de uma característica de toda transferência de renda", informou o órgão, por e-mail.
Em 2004 e 2005, os índices continuaram elevados, mas começaram a cair – 38% e 21,9%, respectivamente. Os números começaram a declinar até se estabilizar em torno de 4% nos últimos três anos. Entre janeiro e agosto de 2013, de R$ 16,4 bilhões, R$ 631,4 milhões não foram sacados (3,8%).
Em muitas prefeituras, o setor responsável não consegue localizar todas as famílias que participam do programa porque os cadastros estão desatualizados. Sem a atualização, as famílias podem perder o direito ao benefício.
É o que aconteceu em julho do ano passado nas cidades paulistas de Sorocaba, Votorantim, Piedade e Araçoiaba da Serra, em que funcionários públicos iniciaram buscas às famílias que estavam cadastradas no programa, mas não estavam sacando, para evitar que o orçamento voltasse ao governo federal.
“Nós acreditamos que sejam pessoas que mudam muito de endereço, de cidade, e até de estado”, disse a secretária de Cidadania de Votorantim, Ana Kriguer Rodrigues, na época.
Balanço do ano
Em 2014, o governo disponibilizou R$ 24,9 bilhões para o Bolsa Família – alta de 17,6% em relação a 2012 e de 348,9% em relação a 2004, primeiro ano completo do programa. O ministério não informou a evolução de beneficiários desde 2003 – apenas que, em dezembro de 2013, 14 milhões de famílias constavam da lista de favorecidos.
A maioria estava no Nordeste – 7 milhões, metade dos beneficiados do país. A região é seguida por Sudeste (3,6 milhões), Norte (1,7 milhões), Sul (1 milhão) e Centro-Oeste (768,6 mil).
Os estados com menos beneficiados são também os menos populosos do país, segundo dados de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Acre (78 mil), Amapá (53,6 mil) e Roraima (46,7 mil).
FONTE: MEIO NORTE
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