DESPEDIDA
Jair Rodrigues teve enfarte do miocárdio
09.05.2014
São Paulo. O cantor Jair Rodrigues, aos 75 anos, foi vítima de enfarte do miocárdio, revelou seu assessor, Giuliano Spadari. Ele foi encontrado morto na sauna de sua casa, em Cotia (SP), ontem pela manhã. De acordo com Spadari, Jair costumava fazer sauna pelas manhãs. Ontem, os funcionários perceberam que ele demorava muito, foram verificar e ele estava caído no chão.
O velório do corpo de Jair Rodrigues estava previsto para começar ontem às 19 horas, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O enterro será hoje, às 11 horas, no Cemitério Gethsemani. Ele é pai dos cantores Jair Oliveira e Luciana Mello.
Jair não sofria de nenhuma doença grave e tinha na agenda uma série de shows confirmados até o fim de julho. Um projeto que o animava foi comemorado com o amigo Pedro Mariano, enquanto almoçavam juntos sábado. Jair dizia que faria turnê pela Alemanha com outros artistas. Estava radiante, festejava como se fosse o primeiro show. "Ele dizia como ia o lançamento dos novos discos ('Samba Mesmo', um álbum duplo) e falava desta turnê. Seriam 25 ou 28 shows pela Europa", disse Pedro.
Jair Rodrigues era mais que o "gente boa" reconhecido na música brasileira e sua importância vai além das proezas da voz. Ele quebrou o formalismo que havia nos palcos da pós-Era do Rádio. Antes, era cantor de um lado, plateia de outro e um microfone no meio. Jair, ao libertar-se, desceu do púlpito para tocar os fãs e mostrar que eles também faziam parte do show. Algo impensável até meados dos anos1960. Jair tomava o palco por inteiro e cantava cada música como se o mundo fosse acabar naquela noite.
Homenagens
A página da presidente Dilma Rousseff (PT) no Facebook divulgou uma foto do cantor imortalizado como intérprete da canção "Disparada", de Geraldo Vandré. "Por que gado a gente marca/ Tange, ferra, engorda e mata/ Mas com gente é diferente", informa a foto com o ano de nascimento e de morte de Jair. Com essa música, foi o vencedor do Festival da Canção de 1966, empatado com "A Banda", de Chico Buarque. "Eu o chamava de alegria do samba. Mais que um cantor, ele cantava a alegria. Ninguém ficava sério com ele", lembrou ontem o cantor e compositor Roberto Menescal.Leia mais no Caderno3
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