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domingo, 31 de agosto de 2014

Magnífica aos 80

CINEMA

Magnífica aos 80

31.08.2014

A italiana Sophia Loren conseguiu se destacar em vários gêneros no cinema e, hoje, ainda arranca suspiros

GENTE 1
Seu rosto inconfundível possui uma assimetria estranhamente bela, que parece imune ao passar do tempo e a faz chegar aos 80 anos de forma esplendorosa para essa idade, numa proeza estética nunca anteriormente alcançada por nenhuma outra atriz. Assim é Sophia Loren, a italiana de infância pobre e filha de mãe solteira, notável desde sua estreia ainda adolescente, numa ponta da superprodução americana "Quo Vadis", filmada em Roma nos estúdios da Cinecittà.
Loren começou a ser conhecida através de revistas de fotonovelas, ainda com o nome de Sofia Lazzaro. Foi então classificada como "uma beleza violenta e agressiva" pelos mais de 500 mil leitores da popular publicação romana, denominada "Sogno". Demorou pouco tempo para chamar a atenção dos produtores cinematográficos da Itália, que a convidaram para pequenas participações em filmes como "Coração no Mar", "Mágico à Força" e "O Voto". Nessa primeira fase, chegou a mostrar os belos seios na comédia "Duas Noites com Cleópatra".
A consagração internacional só veio, entretanto, após a atuação em um dos episódios de "Ouro de Nápoles" (1954), no qual interpretou "La Pizzaiolla", sob a direção de Vittorio De Sica, um dos ícones da escola neorrealista. Invejosas concorrentes ao estrelato chegaram a tentar minimizar a célere escalada de Sophia Loren (que acrescentou o "h" ao nome para que os norte-americanos não o pronunciassem de forma errada -"Sofaia"), atribuindo sua fulgurante ascensão nas telas ao romance que manteve desde bem jovem com o produtor Carlo Ponti, 22 anos mais velho do que ela e pai de seus dois filhos.
Mas a beleza singular e o extraordinário talento natural da atriz logo lhe comprovaram os méritos e todo o sucesso, de público e crítica, também obtidos em Hollywood, numa brilhante carreira que já dura há décadas. Ainda hoje, rouba a cena ao aparecer na tela com irretocável silhueta e imensos olhos magnetizantes. No recente filme "Nine", em cena na qual aparece ao lado de ícones como Nicole Kidman, Penélope Cruz e Marion Cotillard, todos os olhares dos espectadores convergem para sua presença magnificente.

A estrela sobe
De excepcional versatilidade interpretativa, destacou-se em vários gêneros: comédias ("Ontem, Hoje e Amanhã", "A Bela Moleira", "A Mulher do Padre"), épicos ("El Cid", "A Queda do Império Romano"), dramas românticos ("Os Girassóis da Rússia", "Viagem Proibida"), musicais ("O Homem de La Mancha", "Nine"), adaptações de clássicos do teatro ("Desejo", de uma peça de Eugene O'Neill). Suas duas mais elogiadas interpretações, entretanto, foram em um drama de guerra, "Duas Mulheres", de De Sica, pelo qual foi a primeira estrangeira a ganhar um Oscar de Melhor Atriz por um filme falado em língua não inglesa, e em "Um Dia Muito Especial", de Ettore Scola, ao lado de seu par mais constante no cinema, o notável ator Marcello Mastroianni. No último filme, que se passa na época do fascismo e é um contundente libelo contra qualquer repressão, Sophia vive uma sofrida mãe de família que tem fugaz relacionamento com um locutor de rádio homossexual.
Dirigida pelos mais importantes cineastas internacionais, Loren só não foi feliz em sua parceria com o louvado Charles Chaplin, pois ele não conseguiu disfarçar sua criatividade já decadente em "A Condessa de Hong Kong", no qual até mesmo Marlon Brando não rendeu o esperado. A própria atriz declarou que as filmagens com Chaplin foram "um suplício", criando um clima tenso bastante prejudicial ao resultado final da produção. Prestes a completar 80 anos, em setembro próximo, Sophia Loren talvez seja a única estrela de sua época ainda em completa evidência, fazendo elegante e apropriado uso de sua imponente presença, quer seja em importantes festivais internacionais ou até mesmo posando para calendários de um erotismo chique. Sempre simples e generosa, traz consigo a marca inconfundível das grandes divas da Sétima Arte, só que de uma forma mais despojada e espontânea, trazida dos velhos tempos, quando era apenas uma garota talentosa e decidida, à procura de uma chance para demonstrar invulgar beleza e indiscutível talento.
José Augusto Lopes
Crítico de cinema

Um comentário:

Regina Sales disse...

Obrigado pelo brilhante post. Compartilhei no meu grupo MELHORES AMIGOS...E USEI SUA ASSINATURA.
Grata

Regina Oliveira

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