PESADELO CONTINUA
Dor e perplexidade
26.10.2014
Diante de 63 mil pessoas, Fortaleza fica no empate em 1 a 1 com o Macaé, e deixa escapar de novo o acesso
Diante de mais de 63 mil torcedores no Castelão, o Fortaleza decepcionou mais uma vez. O Leão ficou no empate em 1 a 1 com o Macaé, na noite de ontem, e adiou o sonho do acesso para Série B. O duelo foi válido pelo jogo de volta das quartas de final da Série C. O time carioca tinha a vantagem do empate com gols após empatar em 0 a 0 na primeira partida, no Rio de Janeiro.
O Macaé vai enfrentar o vencedor o CRB que eliminou o Madureira, também na noite deste sábado, nas semifinais. Essa vai ser a primeira vez que o time do litoral fluminense disputará a Segunda Divisão do Brasileiro.
O jogo
Com a proposta de atacar desde o início de jogo, o técnico Marcelo Chamusca colocou três homens na frente, com Ricardo Lopes, Robert e Waldison. Apesar de não ter chances claras, o Fortaleza tentava chegar ao gol do Macaé a todo custo.
Segurando as investidas do Fortaleza, por outro lado, se manteve todo o tempo com forte esquema de marcação com a clara proposta de tentar matar o jogo num contragolpe. E foi o que aconteceu. Aos 46, Bruno Santos chutou cruzado, o goleiro Ricardo falhou e, na sobra, Juba empurrou para o gol.
Atrás no placar, o Fortaleza precisava fazer mais dois gols para conquistar o acesso. Mas o clima no Castelão já era de total apreensão e os atletas tricolores não quiseram papo com a imprensa na ida para o intervalo.
No segundo tempo, o Leão foi para cima do Macaé, que continuou na defensiva. Waldison, aos 14, recebeu passe da esquerda e mandou chute certeiro. A bola tinha endereço certo, não fosse a defesa de Milton Rafael.
O Macaé ficou todo na retranca e o Fortaleza foi só pressão. De tanto tentar, o Tricolor chegou ao empate. Aos 35, Robert cabeceou na trave e no rebote, Waldison teve a tranquilidade para chutar rasteiro: 1 a 1.
Totalmente fechado, o Macaé sofreu para segurar a pressão do time da casa, que ainda mandou uma bola na trave, em cabeçada de Robert. No rebote, o goleiro Milton Rafael fez uma incrível defesa. Ao fim, a equipe azul-anil conseguiu calar o Castelão.
Ninguém falou
Ao fim do jogo, somente o atacante Robert falou com a imprensa. Segundo o camisa 9, o momento é de pedir desculpas. "Conversamos a semana toda que seria um contra ataque que definira. Só posso vir aqui e pedir desculpas, mais uma vez, ao torcedor que prestigiou a gente. Infelizmente, aconteceu o que aconteceu, ninguém queria. Só posso agradecer pelo que a torcida fez todo o ano. Estou sem palavras. A gente brigou ate o fim, mas futebol é assim", disse.
A entrevista coletiva, comumente realizada com o treinador Marcelo Chamusca, também não ocorreu. Somente o assessor de imprensa do clube, Nodge Nogueira, veio aos jornalistas justificar a derrota. "Olhei e não vi ninguém, de jogador a dirigente, com condições de falar. Por isso, vim aqui, no lugar do treinador, pedir desculpas à imensa torcida do Fortaleza", encerrou.
Adversários elogiam torcida
O verdadeiro espetáculo dado pela torcida do Fortaleza durante os 90 minutos de jogo certamente ficará marcado na memória dos atletas do Macaé, tanto quanto o resultado que garantiu o acesso da equipe à Série B.
Segundo o goleiro do time carioca, Milton Rafael, a equipe precisou de sangue frio para driblar os tricolores das arquibancadas. "Todo jogador que almeja uma Série A, espera jogar com um estádio lotado igual a esse, tem que estar preparado para isso e nosso grupo mostrou. Nosso emocional foi exemplar, esquecemos a torcida", garantiu. O zagueiro Felipe, por sua vez, exaltou a beleza da festa feita para o jogo decisivo. "A torcida do Fortaleza é muito bonita. Se não fosse jogar contra, eu torceria para o Fortaleza subir. Mas, infelizmente, encarou um Macaé inspirado. Espero que tanto Fortaleza como Ceará subam de divisão", enfatizou o atleta da equipe do litoral fluminense.
Ao trinar o apito do árbitro, alguns vândalos infiltrados destruíram cadeiras do estádio. O fato chamou a atenção dos adversários, que lamentaram o ocorrido. Felipe, camisa 4 do Macaé, criticou a atitude, porém, preferiu minimizar o problema. "É lamentável ter essas coisas em 2014, em um país de Copa do Mundo, mas isso é uma minoria. A torcida do Fortaleza, em sua maioria, é muito bonita", comentou o jogador.
Poste é derrubado e fere um
O motorista de uma picape Chevrolet S-10 perdeu o controle do veículo e atingiu um poste, que caiu sobre um homem, na Avenida Paulino Rocha, na saída da partida de ontem.
A vítima recebeu os primeiro socorros no local e foi encaminhada ao Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro. O carro ainda atingiu um carrinho de lanches no acidente. O motorista fugiu do local do acidente a pé.
Ainda na saída da Arena Castelão, foram registrados confrontos entre torcedores. De acordo com o delegado plantonista da Delegacia Móvel, Elzo Moreira, "a Polícia teve trabalho para conter as ocorrências, mas poucas delas foram registradas".
Ida tranquila
A ida à Arena Castelão, apesar do movimento intenso, foi tranquila. Nas avenidas Paulino Rocha e Silas Munguba, os motoristas não enfrentaram grandes transtornos com o trânsito.
Nos terminais de ônibus da Capital, poucas ocorrências também foram registradas. No terminal da Lagoa, segundo o inspetor Aureliano Marques, da Guarda Municipal, dois tumultos foram registrados entre as 15h e 15h30, quando cerca de 100 torcedores tentaram entrar no terminal sem pagar a passagem.
Wilton Rodrigues/Levi de Freitas
Especial para o Jogada/Repórter
Especial para o Jogada/Repórter
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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