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sábado, 22 de novembro de 2014

Ficar bronzeado é um vício

Vem chegando o verão e grande parte das pessoas querem se manter em forma e já preparar aquele bronzeado maneiro para não fazer feio nas praias, principalmente, com aquela cor de palmito. 


O que elas fazem? Dá-lhe bronzeamento artificial. E se chegam nas férias pálidos com uma cor de escritório, dá-lhe sol pra recuperar o tempo perdido. É nestas condições que o câncer de pele agradece.

Para entender porque ganhamos uma cor, nem que seja um vermelhão, é preciso observar o que acontece nas células do tecido epitelial quando ela é atingida pelos raios solares. Como defesa contra a radiação ultravioleta, estas células começam a liberar um pigmento escuro, a famosa melanina.

Porém, a quantidade de melanina que cada pessoa tem depende da sua etnia, algumas produzem mais, outras produzem menos. Esta produção de melanina tem um fator genético e as populações humanas são diferentes em seu tom de pele por causa desta produção. Geralmente, as populações originárias geneticamente no mundo atual de locais onde a incidência solar é mais forte, ou seja, próximo à linha do Equador, produzem mais melanina que funciona como uma capa protetora das células da pele.

E isto pode ser observado entre aqueles que são mais brancos. Eles não conseguem ficar morenos, com a cor do verão, porque não produzem muita melanina. O resultado da excessiva exposição ao sol é aquela coisa vermelha e ardida das queimaduras. As queimaduras nada mais são do que processos inflamatórios. O raio ultravioleta é muito danoso para as células que começam a morrer e esta morte dispara os mecanismos do sistema imunológico que levam à inflamação cujas consequências são o fluxo de sangue aumentado no local (vermelhidão), sensação de dor e formigamento.



Mas vamos ao que interessa e que saiu recentemente em uma respeitável revista científica, a 'Cell'. Um artigo mostrou que tomar sol também está relacionado com complexos do sistema nervoso relacionados com o vício. Sim, isto mesmo, torrar no sol pode se tornar um vício.

Os pesquisadores observaram que quanto mais sol uma pessoa toma, níveis de endorfina são aumentados no sangue. Mais especificamente a beta-endorfina é proveniente de uma proteína muito parecida com a melanina. Possivelmente enquanto há produção de melanina, também pode ser produzido pelas células esta outra molécula. A endorfina é um importante analgésico e está diretamente ligado a complexos de neurotransmissores também presentes em vias de pessoas viciadas em heroína, por exemplo, os chamados receptores de opioides.



Ao bloquear estes receptores, os cientistas observaram reações um tanto estranhas nos indivíduos testados. Eles tinham os mesmos sintomas de pessoas em crise de abstinência. Assim, eles ligaram a melanina aos níveis elevados de beta-endorfina e consequentemente ao desenvolvimento de mais receptores de opioides nos neurônios, o que leva ao vício.

Uma das hipóteses do grupo de pesquisa, é que esta produção de beta-endorfina ao mesmo tempo que a melanina é um sistema de recompensa para o cérebro. Esta recompensa estaria ligada ao fator de que é necessário para a maioria dos mamíferos o banho de sol com a função específica para a produção de vitamina D, muito importante na homeostase do cálcio, indispensável para a saúde dos ossos.

Porém, o excesso é muito danoso. Lembre-se sempre de usar filtro solar e evite de ficar exposto ao sol nos períodos de maior incidência solar, entre as 10 da manhã e 4 da tarde.


Veja também: Abusou do sol? Veja o que fazer


Fonte: biologiatotal

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