PAX – PAZ – PACE – PEACE – PAIX – PACO – PAU – PÎ-A-GUAPÎ – POKÓJ – PAQE -SHALOM – SALAM – SHANTI – HEIWA – FRIEDE – FRED -VREDE -BÉKE – BAKE -DAMAI – DIRLIK – RAUHA – TAIKA -MIER – MIR.
Se a paz não começar em mim, não começará. Se eu levantar a bandeira da paz em desafio, não será paz. É preciso erguer as bandeiras brancas com o coração de harmonia, respeito,
compaixão.
Se nosso estado é de rancor, de vingança, de demonstrar nossa força, não terá a força de transformar violência em paz ativa.
Vamos caminhar silenciosos e amorosos. Vamos nos encontrar e nos cumprimentar na certeza de que todos compartilhamos da mesma casa comum. É uma casa tão grande, de vidas tão diferentes. É como é. Este ser é inter ser e é transformação. Nada fixo. Podemos direcionar o caminho da mudança.
Vamos nos respeitar nas nossas diferenças. Sem exigir que nos tornemos iguais, que pensemos da mesma forma, que tenhamos a mesma religião e a mesma cultura.
Unidos estamos pelo ar, pelo céu, pela terra, pela vida e pela morte, pelo sonho, a utopia que se realiza quando corações e mentes se unem no Caminho da Verdade.
Vamos nos respeitar nas diferenças de cor de pele, de culturas, de gêneros, de alegrias, de tristezas, de curas e de doenças.
Caminhemos juntos, pois é inevitável.
Façamos deste o momento sagrado. Deste local o solo, o céu, o ar, as águas e a vida abençoada. Basta mudarmos só um pouquinho. Da ganância, da raiva e da ignorância criamos o compartilhar, o compreender, o saber superior iluminado da verdade.
Se tudo que começa termina, como terminará a época das guerras, das injustiças, das fomes, das doenças, das tristezas, das discriminações, dos excluídos, afastados, nefasta destruição da natureza?
Terminará com uma mudança de consciência do ser humano, com o desenvolvimento das capacidades de sentir o outro como o eu, o eu como o outro. Terminará quando retornarmos ao verdadeiro e resgatarmos a percepção de que somos um só corpo vivo e que da nossa cooperação amistosa, justa, todos poderão viver plena e dignamente.
Quantas mais pessoas descobrirem, e colocarem em prática, soluções de não violência ativa para conflitos, mais nos acercaremos da justiça social, do compartilhar da vida, da cura da Terra, da inclusão social, da preservação da natureza, do respeito à nossa casa comum, na celebração da vida.
Pouco a pouco, dando tempo ao tempo, vamos nos reunindo, na grande tenda global. Não da globalização licenciosa, que se aproveita para ludibriar, excluir e explorar. Não. A força global que nos une, a energia que perpassa tudo que existe, permeia o globo terrestre e universalmente a existência. Natureza-Buda.
Das forças a mais forte de todas. Energia vital.
Amor universal. Compaixão. Com – Paixão. Compartilhar a dor e o amor. Apaixonados pelo bem das multidões de formas de vida e criações. Apaixonados pela ação interativa de unir e não de separar.
Sinto a dor da fome das crianças da África e das crianças das periferias das cidades grandes de todo o mundo. Sinto a tristeza dos que sobrevivem aos ataques mortíferos de armas de guerra e de desunião entre os povos. Sinto o desespero da mãe solapada com pedaços de seu filho no colo. Sinto a angústia do soldado correndo, matando e morrendo, ao obedecer ordens. Sinto coragem, sossego e loucura através das drogas que me permitem continuar o combate. Sinto o pesar das noites de insônia dos líderes tolos, perdidos em somas, em números e cores, incapazes de abrir seus corações amorosos. Sinto a desesperança dos que são maltratados em longas filas hospitalares, quando lhes permitem entrar em fila, quando já não chegam mutilados de corpo e mente nos hospitais lotados e atarefados. Sinto o cansaço e o temor das impossibilidades de mudança. Sinto a tristeza e o rancor. Sinto a violência se desencadeando em meu peito que é o seu. Sem conseguir refreá-la me entrego a facas e balas. Se não morrer no asfalto, na terra, boca cheia de formigas, morro nas prisões do mundo, atado pelos desejos insaciados, que não são apenas meus. Sinto a dificuldade dos juízes em dar o parecer justo e o desespero do inocente que é culpado de ser pobre, de ser gente que não tem quem o defende. Sinto todas as dores e me comovo de pronto Movendo junto a dor.
Mas também:
Sinto o prazer dos frutos adocicados nas bocas das crianças saudáveis do mundo. Sinto a alegria do fim das guerras e da união dos povos. Sinto a esperança da mãe na cura de doenças terminais. Sinto a força de vontade dos jovens vencendo a dependência às drogas e se negando a matar. Sinto o sono tranqüilo de líderes corretos, cuidando das pessoas e de seu bem estar. Sinto a eficácia de sistemas de saúde pública e particular, onde o mais importante é a vida. Sinto a grande esperança nas possibilidades de mudança. Sinto a ternura de um gesto, um olhar de compreensão nas alegrias de desarmar-se e manter as mãos abertas. Sinto o prazer em aprender. Aprendo a ficar satisfeita. Sinto a justiça dos seres corretos, onde o culpado não é apedrejado nem morto, mas posto a convívio que purifica, que arrepende e que modifica para o bem. Sinto o contentamento de ser, intersendo. Sinto da vida todas as alegrias e com os rios fluindo, fluo e me rio.
Não há um inimigo. Não se iludam, não há. Nenhum país.
Nenhuma pessoa. Seria tão fácil, tão simples dizer foi ela, foi ele. Tão cômodo poder apontar para fora e gritar: assassino, corrupto, ladrão. Escapando das suas responsabilidades de habitante grupal.
Não se iluda dizendo ser bom e o outro mau.
Perceba que somos o bem e o mal;
a luz e a sombra em todo seu potencial. Fazemos escolhas. Mas estas dependem de tudo com que nos alimentaram, tudo com que nos capacitaram e nós mesmos nos capacitamos. Até nisso, veja bem, somos todos responsáveis.
Se o Presidente de uma grande nação ameaça e se prepara para um ataque fatal, apoiado por mais de 60% das pessoas de sua terra natal é porque não lhe ensinaram soluções de paz ativa. Qual foi a educação que teve que soluções lhe ensinaram? Quem o assessora agora? Por que e como o elegeram? Tudo isso tem a ver. Nada está isolado. Ao invés de o odiar, de ao seu país querer mal, precisamos é nos unir no pensamento e na ação de amar e compreender, de vivenciar a compaixão.
Isto não quer dizer que não devemos fazer nada. Muito pelo contrário. Só que a mudança que falo, mais poderosa que guerras, que revoluções internas e externas é a mudança do coração.
Quando percebi do que é capaz, um ser humano que compreende e se transforma em agente da paz, pensei que era revolucionário demais.
Agora sigo o caminho e sempre me perguntando: como é que posso fazer para conduzir o maior número de seres à Iluminação, à Verdade e á Vida em comunidade?
Está na hora do despertar da humanidade.
Monja Coen
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