LEITOS
30.01.2015
Pediatras querem que o Hospital da Mulher passe a ser uma unidade materno-infantil; outras ações foram sugeridas
Se na década de 1980 a mortalidade infantil foi a maior preocupação da área pediátrica no Ceará, hoje, a ausência de unidades secundárias que sirvam de retaguarda aos hospitais que tratam crianças com doenças complexas é o grande desafio. Diante deste e de outros problemas, 40 médicos integrantes da Sociedade Cearense de Pediatria formularam um plano que propõe ao Governo do Estado e à Prefeitura de Fortaleza, dentre outras medidas, a transformação do Hospital da Mulher em unidade materno-infantil.
O plano "Viva Criança Cearense" foi produzido durante este mês e entregue, ontem, aos secretários de Saúde do Estado e da Capital, Carlile Lavor e Socorro Martins, respectivamente. A iniciativa contém 28 ações que devem ser executadas pela gestão estadual e as municipais.
Prioridades
As propostas estão dividas em quatro eixos da área pediátrica. São eles: atenção ambulatorial, atenção hospitalar, atenção à criança na escola e comunicação e mobilização comunitária. A presidente da Sociedade de Pediatria, Francielze Lavor, ressalta que estes leitos neonatais devem servir, sobretudo, de retaguarda para o Instituto Dr. José Frota, o Hospital Geral de Fortaleza e o Albert Sabin. "Como a neonatologia evoluiu, hoje, fazemos sobreviver crianças que nascem com menos de mil gramas, mas elas têm sequelas e, muitas vezes, necessitam de leitos qualificados em hospitais secundários e não têm", ressalta.
De acordo com ela, atualmente, não há em Fortaleza hospital secundário que cumpra este papel. Nas macrorregiões como Sobral e Juazeiro, a carência é a mesma, segundo Francielze. "Os hospitais regionais deveriam ter esses leitos, mas na prática não funcionam", afirma.
Ela explica ainda que, com a transformação do Hospital da Mulher, a unidade passaria a atender mulheres no pré-natal, no parto, no pós-parto, os recém-nascidos e crianças até 12 anos.
Ideia aprovada
O titular da Secretaria da Saúde do Estado, Carlile de Lavor, diz que compactua com a ideia e que irá pleitear junto ao governador Camilo Santana a implantação. "Temos uma UTI neonatal nova no Hospital da Mulher, enquanto outras estão superlotadas. O problema é que lá não temos profissionais suficientes para formar a equipe e atuar nos plantões do local", conta.
A formação de novos pediatras e a ampliação das residências médicas na área também constam nas propostas do grupo. A projeção, segundo o secretário, é iniciar, agora, o aumento dos espaços de formação para os especialistas e ter os primeiros resultados em março de 2016.
A titular da Secretaria Municipal de Saúde, Socorro Martins, informou que ainda irá analisar o plano, mas que a proposta de transformação do hospital é interessante, pois "a unidade já vem ser apropriando deste atendimento materno-infantil".
Para realizar a mudança, os pediatras propõe também a contratação de novos profissionais, que conforme as sugestões, poderá, emergencialmente, ser feita com o auxílio da Cooperativa dos Pediatras e, depois, através de concurso público.
Thatiany Nascimento
Repórter
Repórter
DIÁRIO DO NORDESTE
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