QATAR
Folhapress | 15h48 | 01.02.2015
A seleção campeã é o segundo país a se classificar para a Olimpíada do Rio, em 2016
A tradição superou a modernidade e a França conquistou seu quinto Mundial masculino de handebol neste domingo (1º). Ao derrotar o Qatar, por 25 a 22, na suntuosa Arena Lusail, uma das três construídas para a competição no Oriente Médio, os franceses se isolaram como os únicos a serem penta, superando Suécia e Romênia, ambas com quatro troféus. No feminino o domínio é da Rússia, com sete títulos. O Brasil é o atual campeão com as mulheres.
Pela primeira vez neste Mundial, os donos da casa tiveram uma torcida do mesmo tamanho, mas mais empolgada que a contratada por eles. Para os 18 dias de torneio, a família real, presente na decisão, trouxe 60 torcedores de equipes de handebol da Espanha para apoiar a seleção qatari ao lado dos árabes em suas túnicas brancas.
Porém, desde a execução da Marselhesa, o hino francês, até começar o domínio da partida e os gritos de "vamos, Azuis, vamos, Azuis", quem ditava o ritmo entre os cerca de 15 mil torcedores nas arquibancadas eram os franceses.
Atual bicampeã olímpica, a França também assegurou, com o título, a vaga para lutar pelo terceiro ouro consecutivo nos Jogos do Rio, em 2016. Nenhum país tem três ouros olímpicos, mais uma meta inédita para os franceses buscarem no ano que vem.
O Qatar já tinha feito história também ao ser o primeiro país fora da Europa a conquistar uma medalha em 77 anos de disputa do Mundial. O vice-campeonato, porém, é fruto de mais uma modernidade implementada pelo rico e pequeno emirado: o recente processo de naturalização de jogadores.
Neste Mundial, além do técnico espanhol Valero Ribera (campeão em 2013 com seu país, quando o Qatar foi apenas 20º), nove dos 16 atletas do Qatar nasceram em outros países. Três deles foram os destaque do país asiático na conquista da prata: o goleiro bósnio Danijel Saric, o armador cubano Rafael Capote e o montenegrino Zarko Markovic.
O grande jogador da França na final também não nasceu no país, mas a situação é muito diferente das contratações feitas pelos qataris. O central Nikola Kaarabatic mudou-se para França, com seus pais, aos três anos de idade. Nascido na ex-Iugoslávia (hoje região onde fica a Sérvia), Karabatic fez cinco gols na decisão e comandou a equipe francesa. Com dois ouros olímpicos, três europeus e, agora, três mundiais, o craque do Barcelona, que já foi eleito melhor do mundo em 2007, pode repetir o título na eleição deste ano também.
Quem também entra para a história com este título é o goleiro Thierry Omeyer. Eleito melhor jogador do mundo em 2008, Titi foi decisivo na campanha da França no Qatar e se torna, ao lado do companheiro de seleção Jerome Fernandez, tetracampeão do mundo (2001, 2009, 2011 e 2015). A França também ganhou em 1995.
A França é o segundo país a se classificar para a Olimpíada do Rio, em 2016. Por ser sede, a seleção brasileira já tem a vaga nos Jogos assegurada. As outras dez seleções serão definidas em quatro pré-olímpicos continentais (África, Ásia, Europa e nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, neste ano). As outras seis vagas serão disputadas em três pré-olímpicos mundiais.
O Brasil terminou o Mundial na 16ª colocação, após ser eliminado nas oitavas de final pela Croácia.
DN
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