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segunda-feira, 20 de abril de 2015

A história da notícia

JORNALISMO

A história da notícia

20.04.2015

'Jornal nacional' reúne profissionais para relembrar suas principais coberturas nos 50 anos da emissora

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William Bonner mediou o encontro entre 16 repórteres que participaram de grandes coberturas da Globo
FOTO: TV GLOBO/RENATO ROCHA MIRANDA
São tantos grandes nomes do jornalismo da Globo juntos que dá até para perder a conta. Na comemoração dos 50 anos da emissora, o "Jornal nacional", primeiro telejornal a ser transmitido em rede no País, reuniu numa mesa redonda Glória Maria, Pedro Bial, Sandra Passarinho, Tino Marcos, Fátima Bernardes, Heraldo Pereira, Marcelo Canellas, Caco Barcellos, Ernesto Paglia, Galvão Bueno, Francisco José, André Luiz Azevedo, Renato Machado, Ilze Scamparini, Luís Fernando Silva Pinto e o cinegrafista Orlando Moreira.
O resultado é uma série com episódios de 20 minutos, comandada por William Bonner, que vai ao ar de hoje até sexta dentro do "JN" (20h30).
"Cada episódio relembra uma década, de 1965 a 2015. Bonner foi conduzindo a mesa. Iam sendo exibidos trechos das nossas principais coberturas, e ele ia perguntando como foi o processo, como a gente se sentiu, se foi difícil, fácil de fazer, ia acionando as nossas memórias", conta Silva Pinto, que entrou na Globo em 1976, foi correspondente em Londres e é titular em Washington desde 1986.
O jornalista cobriu a Guerra das Malvinas, em 1982, a eleição de Tancredo Neves pelo Congresso Nacional em 1985, o atentado de 11 de setembro, em 2001, a posse de Barack Obama, em 2009...

Grandes matérias
Ilze Scamparini, repórter da Globo desde 1984 e correspondente na Itália há 15 anos, também vivenciou momentos emocionantes a trabalho. A jornalista cobriu o caso do Césio-137, o maior acidente radioativo do Brasil, ocorrido em Goiânia em 1987.
"Houve várias mortes, inclusive de uma criança. Ver pessoas enterradas em caixões de chumbo, porque estavam com radioatividade intensa nos corpos, foi muito triste". Ilze também cobriu a morte do Papa João Paulo II, em 2005, a posse (2005) e a renúncia de Bento XVI (2013) e a escolha do Papa Francisco (2013).
Glória Maria entrou na Globo como repórter em 1974, e, em 1977, fez sua primeira cobertura internacional, em Washington, na posse do presidente Jimmy Carter.
"Eu mal falava inglês e, de repente, estava diante do presidente americano. Consegui entrevistar a filha dele, que era pequenininha, foi muito forte para mim", relembra Glória. Para ela, muita coisa mudou de lá para cá no modo de fazer jornalismo na TV.
Novo jornalismo
"A facilidade aumentou muito. Quando eu comecei a fazer reportagens, a gente ia para outros países, editava a matéria e mandava por satélite, por ônibus, era uma supermão de obra. Hoje, por computador, você manda material para qualquer lugar do mundo em segundos. E o jornalismo vive de agilidade".
Caco Barcellos considera que a revolução digital democratizou o acesso das pessoas à informação. "Sempre trabalhei com investigação e pedia que as pessoas contassem suas histórias. Hoje, eu pergunto: 'Você tem provas do que está me contando'. Elementos como vídeos e áudios enriquecem esses relatos".
A entrada de Barcellos na Globo foi aos 32 anos, em 1982, em plena ditadura militar. "Estávamos no processo de abertura gradual. Eu era repórter de texto até então, fiz teste de vídeo no meio de uma manifestação popular".
Dentre suas principais coberturas, ele destaca a guerra civil em Angola, que durou 42 anos e terminou em 2002. "Foi muito forte para mim, eram 500 mortes de crianças por dia", conta Barcellos, que também relembra a morte de Ayrton Senna, em 1994.
"Fiz a chegada do corpo em São Paulo. Nos demos conta do tamanho do carinho do povo brasileiro por ele, uma multidão foi às ruas para prestar uma última homenagem".
No episódio da série do "JN" que lembra a década de 1985 a 1995, Pedro Bial teve muito o que contar. Na época, ele era correspondente em Londres e cobriu a Guerra do Golfo, o colapso da União Soviética e a queda do Muro de Berlim. Funcionário da Globo desde 1981, ele pontua que a série do "JN" reúne quem criou o telejornalismo brasileiro. "Ali está a turma que cunhou essa linguagem, inventou uma maneira brasileira de fazer jornalismo na TV".
Natália Boere
Agência O Globo


FONTE: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/zoeira/a-historia-da-noticia-1.1271030

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