Durante testes em animais, a fibra controlou o peso, a gordura abdominal, o apetite e preveniu o aumento da glicemia, das taxas de insulina no sangue e da gordura no sangue.
Pesquisas sobre os benefícios da fibra do caju já duram meia década. — Foto: Ana Elisa Sidrim |
Pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciaram estudos com a fibra de caju no intuito de reduzir a obesidade humana. Por se tratar de produtos nutracêuticos - nutrientes que têm capacidade comprovada de proporcionar benefícios à saúde, como a prevenção e o tratamento de doenças - os testes tiveram de ser iniciados, obrigatoriamente, em animais antes de aplicados em humanos. Neste ano, após meia década de pesquisas, o grupo colheu os primeiros resultados.
Os cientistas identificaram que as fibras do bagaço de caju, tratadas em laboratório para retirada de açúcares e outros compostos de baixo peso molecular, foram capazes de inibir a obesidade em ratos submetidos à dieta hipercalórica. Os animais receberam uma alimentação rica em gorduras durante 15 semanas. Uma parte dos animais recebeu também a fibra processada em laboratório.
A fibra controlou o peso, a gordura abdominal, o apetite e preveniu o aumento da glicemia, das taxas de insulina no sangue e da gordura no sangue (triglicerídeos). Preveniu, ainda, o processo inflamatório, além de reduzir a lesão hepática causada pela dieta hipercalórica.
Perspectiva é contribuir para o desenvolvimento de um novo ingrediente para a indústria alimentícia, a partir deuma matéria-prima regional. — Foto: Ana Elisa Sidrim |
Método
Utilizando a técnica da ressonância magnética nuclear, os pesquisadores descobriram que havia ácidos graxos de cadeia curta no soro e nas fezes dos animais que receberam a fibra processada. A presença desses ácidos está associada ao controle da saciedade e à promoção do crescimento da flora bacteriana benéfica, que auxiliam o controle do peso corporal.
“Provavelmente todos esses efeitos que a fibra provocou na prevenção da obesidade dos animais sejam decorrentes da produção dos ácidos graxos de cadeia curta”, avalia a nutricionista Diana Valesca Carvalho, professora da UFC e uma das responsáveis pelo experimento.
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