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quinta-feira, 8 de março de 2012

Perfil de idosas passa por mudança

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A aposentada Terezinha Guimarães, 79 anos, afirma que vive cada dia como se fosse o último e faz questão de viajar e passear no shopping
FOTO: RAFA ELEUTÉRIO
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Mulheres da terceira idade estão longe de ficar em casa cuidando dos netos e não se consideram "velhas"
Aos 60 anos, acontece a entrada oficial para a terceira idade. Entretanto, muitos adultos, aos 75 anos ou mesmo 85, não se sentem ou agem como "velhos". E, com o fim da aposentadoria universal obrigatória, tampouco deixam necessariamente de trabalhar. No Ceará, as mulheres idosas são a maioria e possuem um perfil bem diferente do tempo das avós, quando o papel da esposa era apenas ficar em casa cuidando dos filhos e netos. Esta senhora está cada dia menos presente na sociedade atual.

Segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Estado, existem 909.474 mil pessoas acima de 60 anos. Destas, 406.718 mil são homens e 502.757 mil são mulheres, ou seja, há 20% a mais de idosas do que idosos no Ceará.

O número de mulheres na melhor idade também vem crescendo consideravelmente no Estado nos últimos dez anos. De acordo com o IBGE, no ano 2000, havia 359.624 mil idosas. Já em 2010, essa população cresceu 39%, enquanto o número de homens, que totalizava 299.365 mil, aumentou 35%.

A aposentada Terezinha Guimarães se sente tão jovem que não permite nem que os parentes mais próximos saibam a sua idade. A vida, para ela, é tão intensa que ela declara viver cada momento como se fosse o último. "Eu nasci em 1933, porém, não sinto que tenho essa idade. Ninguém sabe o dia da morte, então, vivo intensamente todos os momentos", afirma.

Apesar de estar na terceira idade, ficar em casa é sua última opção. Por isso, pratica hidroginástica quatro vezes por semana e faz questão de viajar e ir ao shopping com a filha. "Hoje, sou viúva, mas, quando o meu marido era vivo, viajávamos o Brasil inteiro. Tenho prazer em viajar".

Ela confessa que, da juventude, tem saudade apenas dos bailes de carnavais, onde vestia belas fantasias. Ela conta que, mesmo com a idade, tem a saúde em bom estado e não apresenta quase nenhum limitação. "Tomo medicamento apenas para pressão alta. Sempre tive uma alimentação a base de frutas e verduras, por isso me sinto forte", diz.

Para a geriatra Raquel Pessoa, entre diversos motivos que fazem as mulheres idosas viverem mais do que os homens estão os cuidados com a saúde, questões hormonais e um menor envolvimento com situações de violência. "Além dos homens serem comprovadamente menos cuidadosos com a saúde, os hormônios femininos protegem as mulheres de eventos cardiovasculares até a menopausa", explica a médica.

Por outro lado, conforme a médica, na sociedade atual, as atividades das mulheres estão se igualando a dos homens, tanto no campo profissional, quanto no social. Diante disso, elas estão se estressando mais, bebendo mais, fumando mais e consequentemente adoecendo. E essa mulher moderna precisa ter um cuidado redobrado com a saúde.

Porém, em termo de expectativa de vida, atualmente, todos têm acesso a um estilo de vida mais saudável. Além disso, a tecnologia aliada à saúde está possibilitando a descoberta de novas drogas e estudos avançados. "Essa mulher tem a possibilidade de viver mais, cabe, então, a ela escolher o que quer para o futuro. Se ela quer ingerir açúcares e gorduras, terá de arcar com a s consequências", analisa Raquel.

Exercício físico

E um dos estimulantes fundamentais para uma vida longa é se exercitar. O profissional de Educação Física e professor de ginástica funcional, Terêncio Abreu, explica que a atividade possibilita uma amplitude dos movimentos. "Muitas vezes, até para pegar um objeto em cima de um armário, a idosa precisa pedir para que uma pessoas faça para ela. A partir do momento que ela começa a fazer ginástica funcional, as atividades diárias se tornam muito mais fáceis", explica.

O educador destaca que os movimentos da atividade são direcionados individualmente, dependendo da idade e condição física de cada indivíduo. Segundo ele, até idosos que se locomovem com bengalas pode e devem fazer a atividade.

"Se ele usa algum objeto para se locomover, certamente, terá dores nas costas e pernas. Não prometemos tirar a bengala, mas reduzir os danos que ela pode causar", ressalta Abreu.

KARLA CAMILAREPÓRTER

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