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domingo, 21 de julho de 2013

Falta de conhecimento impede doação de órgão

TRANSPLANTE

Falta de conhecimento impede doação de órgão

21.07.2013

Apesar disso, Secretaria registrou aumento de 8,1% no número de negativas das famílias que perderam entes
Destaque no Brasil quando se fala em transplantes, o Ceará enfrenta nos últimos meses redução no número de famílias que dizem sim à doação e, por consequência, na captação de órgãos. Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), de abril a junho houve um aumento de 8,1% no total de negativas por parte das famílias que receberam a notícia da morte encefálica de seus entes.

O Estado ocupa o 2º lugar no ranking do País em número de doações, sendo o primeiro em fígado e de transplantes de coração, segundo a Secretaria Estadual

Até o início de 2013, de 100 mortes cerebrais diagnosticadas, 37 famílias não permitiram a doação dos órgãos. A partir de abril, de 100, 40 negaram.

A coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Eliana Barbosa, afirma que mesmo a média de negativas das famílias do Ceará ainda está abaixo da média nacional, que é de 41%, é importante mobilizar a sociedade, as equipes das comissões intra-hospitalares e as associações de transplantados para que o Estado mantenha o ritmo crescente de doações e transplantes. "Assim, contribuimos cada vez mais em salvar vidas. O ideal para a Organização Mundial de Saúde (OMS) é que esse percentual fique abaixo dos 20%", informa a coordenadora.

O desconhecimento e questões ligadas à religião, aponta, ainda são os principais fatores que influenciam a família a não permitir o procedimento. "Muitos ainda esperam um milagre ou não acreditam que houve a morte encefálica porque a máquina ainda mantém o coração batendo", frisa a médica.

Equipes

Eliana ressalta a importância de esclarecer que o diagnóstico de morte cerebral é resultado de etapas seguidas à risca pelas equipes nas unidades de saúde. São três passos determinados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): a realização de exames por dois médicos, que não podem ter relação com o pessoal de transplantes, em horários diferentes, além de exames complementares como o eletroencefalograma, o doppler craniano e angiografia.

Depois que o resultado é mais do que checado é que os familiares são comunicados. A partir daí é que membros das comissões de captação de órgãos e tecidos para transplantes tentam a autorização da família para a captação e o procedimento. "Esse momento é muito complexo e delicado", reconhece a chefe da comissão do Instituto José Frota (IJF), Fátima Belarmino.

Existem casos em que, conta, ela, apesar da dor da perda, a mãe ou pai procura a equipe para dizer sim, cientes que podem salvar outras vidas. "Exemplos assim não faltam", diz.

Ela lembra de uma jovem de 17 anos, vítima de acidente de trânsito, cujos pais autorizaram a doação e se emocionaram quando souberam que cinco pessoas saíram da fila de espera e receberam pulmão, coração, córneas, rim e fígado da moça. "Não existem palavras para casos assim", salienta Fátima.

Atualmente, informa a Central de Transplantes do Ceará, 1.066 pessoas aguardam na fila por uma doação. São 281 na lista por rim; 652 por córnea; 104 por fígado; outras 11 por coração; seis por medula óssea; cinco por pulmão; seis pessoas por pâncreas e rim e uma pessoas só por pâncreas.

O coração, pulmões, fígado, rins, córneas e ossos podem ser doados de uma pessoa que teve o diagnóstico de morte encefálica, que é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico para total segurança da morte encefálica.

Iniciativa

A Campanha Doe de Coração, da Fundação Edson Queiroz, que fomenta a conscientização pela doação voluntária de órgãos no Ceará, está na décima edição. Realizada todo mês de setembro, o movimento sensibiliza a sociedade sobre a temática através de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas, cartazes e camisas. Há ainda a mobilização realizada em hospitais públicos e privados, clínicas, escolas, no Sistema Verdes Mares, na Universidade de Fortaleza (Unifor) e em outras grandes entidades.

Ao longo desses anos, a campanha celebra bons resultados. Em 2003, ano do início, o total de doações foi 41% maior que em 2002. No ano passado, foram realizados 1.297 transplantes de rins, coração, fígado, córneas e esclera (parte branca do olho), 48% a mais que 2011. Atualmente, o Estado ocupa o 2º lugar no ranking do País em número de doações, sendo o primeiro em doação de fígado e de transplantes de coração. Os dados são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

FIQUE POR DENTRO

O que fazer para se tornar doador de órgãos
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário documento assinado. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.

A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

LÊDA GONÇALVESREPÓRTER 

FONTE:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1294430

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