23/05 Viagem do papa Francisco à Terra Santa
O papa Francisco parte para a Terra Santa no próximo sábado, 24 de maio, para uma viagem de grande importância para o diálogo inter-religioso. Percorrerá três Estados em três dias: A Jordânia; a Palestina e Israel. O papa percorrerá os caminhos da história para abrir um novo tempo de diálogo e esperança. Apresentamos nesta nossa rubrica “Sal da Terra, Luz do Mundo” os preparativos e o programa da peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa.Uma viagem por ocasião do 50º aniversário do encontro de Paulo VI com o Patriarca Atenágoras ocorrido em Jerusalém em janeiro de 1964. No encontro com os jornalistas o P. Lombardi, diretor da Sala de imprensa da Santa Sé, afirmou que “serão simplesmente três dias” de uma viagem “muito breve e muito intensa, como foram os três dias da viagem de Paulo VI”.
As etapas fundamentais desta viagem são a Jordânia, Amã; Belém, no Estado da Palestina e depois Jerusalém. Três Estados – Jordânia; Palestina e Israel, três etapas fundamentais. A viagem do papa Francisco à Terra Santa terá um caráter inter-religioso. Dimensão, desde logo, demonstrada pela delegação papal:
“Inserimos na delegação, mesmo se não partindo de Roma, um rabino e um representante muçulmano. O papa quis consigo, formalmente, como membro da delegação, o Rabino Skorka e o Sr. Omar Ahmed Abud, Secretário-Geral do Instituto de Diálogo Inter-religioso da República da Argentina. São duas pessoas que o Papa conhece bem, desde os tempos da Argentina, com quem cultivou relações de diálogo e de amizade, desde então, e que participa, com eles deste momento assim importante”.
Em preparação à viagem do papa esteve na quarta-feira, dia 14, em Amã, na Jordânia o cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso que juntamente com o príncipe El Hassan Bin Talal, fundador do Instituto Real de Estudos interconfessionais, assinaram um documento comum para uma maior solidariedade no mundo. O papel fundamental da família e da escola na formação das crianças, a importância da educação religiosa; a necessária consideração da dignidade da pessoa humana; o respeito pela liberdade religiosa; a convicção de que não é a religião, mas sim a desumanidade e a ignorância que causam os conflitos – eis alguns dos pontos do documento assinado em Amã na semana passada no âmbito de um encontro sobre o tema da educação. O cardeal Tauran prestou declarações à Rádio Vaticano:
"Estes três dias passaram num clima de excepcional abertura e amizade, e isto confirma que o diálogo inter-religioso inicia sempre com a amizade, para se conhecer, para se amar um ao outro. O tema geral foi, como se sabe, "como enfrentar os desafios de hoje através da educação". Insisti no papel indispensável da família, da escola e da universidade.
Decálogo da cultura
O importante é que este encontro terminou com a publicação de um "decálogo da cultura", que convida a nunca renunciar a curiosidade intelectual, a ser humildes e não intelectualmente arrogantes, conservar a própria autonomia intelectual, diante da superficialidade do mundo de hoje, perseverar no cuidado à vida interior e considerar o pluralismo uma riqueza e não uma ameaça.”
Mensagem do papa ao patriarca
Neste clima de preparação à peregrinação do papa à Terra Santa, registre-se também a mensagem que o papa Francisco enviou ao patriarca copto-ortodoxo Tawadros II, por ocasião do primeiro aniversário do encontro que tiveram no Vaticano a 10 de maio de 2013. Na mensagem o Papa sublinha que “aquilo que nos une é muito maior do que aquilo que nos separa” e reza para que se possa “continuar o diálogo na caridade e na verdade para superar os obstáculos que permanecem para atingir uma plena comunhão”. O papa assegura, no final da sua mensagem, as suas incessantes orações por todos os cristãos no Egito e no Oriente Médio.
Os muros do coração
Entretanto, na semana passada quem presidiu à peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio em Fátima, foi precisamente o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal. Numa homilia em que reiterou os seus apelos pela paz, sobretudo no Oriente Médio, afirmou que piores do que os muros de betão são os muros do coração, porque a paz ou é justa ou não será uma paz verdadeira. No final, convidou todos os peregrinos de Fátima a visitarem a Terra Santa para fortalecerem a fé e conhecerem melhor as suas raízes seguindo o exemplo do Papa Francisco.
Programação da viagem do papa
O papa Francisco parte para a Terra Santa em busca de um novo tempo de diálogo:
- Dia 24, primeiro dia da peregrinação, sábado, será dedicado aos encontros na Jordânia com destaque para a Missa onde será celebrada a Primeira Comunhão de 1400 crianças. Importante também a visita ao lugar do Batismo de Jesus no Rio Jordão.
- Dia 25, domingo, será dedicado pelo papa à Palestina, encontrando-se com o presidente Mahmoud Abbas, e a Missa na Praça da Manjedoura de onde recitará o Regina Coeli dominical. Estará também com um grupo de refugiados.
- No domingo, à tarde, o papa chegará ao Estado de Israel. Após o encontro com o patriarca ecumênico de Constantinopla Bartolomeu, haverá um momento histórico com a oração ecumênica na Basílica do Santo Sepulcro. No mesmo lugar, na mesma sala, em que Paulo VI se encontrou com Atenágoras, há 50 anos, se faz a assinatura de uma declaração conjunta. Depois, os dois transferem-se ao Santo Sepulcro para aquele que é considerado um evento fundamental nesta viagem: a celebração ecumênica no Santo Sepulcro.”
O papa e o patriarca chegam – não juntos – mas por caminhos diferentes, à Praça que está diante do Santo Sepulcro. Depois, são acolhidos na entrada da Basílica do Santo Sepulcro pelos três superiores das comunidades: a comunidade greco-ortodoxa, a comunidade armena-ortodoxa e a Custódia da Terra Santa. O papa e o patriarca veneram a Pedra da Unção, que se encontra próxima da entrada e dirigem-se aonde está o Santo Sepulcro. O papa e o patriarca entram no Santo Sepulcro para venerar o Sepulcro vazio
Nenhum comentário:
Postar um comentário