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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Habilidades femininas

NOVELA

Habilidades femininas

30.07.2014

Luís Miranda conta como compôs Dorothy, personagem transgênero que interpreta em "Geração Brasil". E diz: "a peruca já faz parte de mim"

Luis Miranda
Os diretores da novela aprovei- taram a habilidade de Luís em interpretar mulheres para viver Dorothy
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O ator deixou até as unhas crescerem para a personagem
FOTO: TV GLOBO
Para Luís Miranda, a feminilidade de sua personagem em "Geração Brasil" é bastante real. "Olha, já estou até chamando a Dorothy de 'ela'". Mas, na trama das 19h da Globo, a mãe de Brian (Lázaro Ramos), que nasceu Dorival, é transgênero.
"Ela foi para a Califórnia se sentindo uma dama e lá conseguiu moldar o corpo: fez implante de prótese de silicone, virou mulher de cima a baixo", explica o ator.
Foi depois disso que Dorothy conheceu o Bill (nascido Wilhemina, uma mulher que vivia como homem). Juntos os dois decidiram ter um filho, o que faz de Dorothy o pai biológico de Brian. E Bill, já morto, a mãe. "Quando eles se conheceram, resolveram ter um filho e fizeram uma espécie de sociedade", resume.
O tipo físico de Luís, que tem 66 quilos distribuídos em 1,78, sem musculatura excessiva, contribui para dar tamanha veracidade a Dorothy. Mas, além disso, o ator fez "um trabalho de composição muito específico, observando o universo feminino".
"Ela é a melhor amiga de Pamela Parker (Cláudia Abreu), uma mulher da alta sociedade. Então, busquei me inspirar em mulheres de representação forte, poderosas, como Michelle Obama e Fernanda Montenegro. Ao mesmo tempo, quis dar a ela uma delicadeza, uma sutileza e uma fragilidade", explica o ator.
Segundo ele, quando põe a maquiagem, o figurino e a peruca, "Dorothy está pronta para o que der e vier".
Transformação
Falando assim parece fácil, mas a transformação de Luís em Dorothy nos camarins do Projac leva em média uma hora e meia por dia.
"Tenho que pintar diariamente as unhas que deixei crescer. A maquiagem é o mais demorado, dura uns 50 minutos. Depois, tem a colagem da peruca, que já faz parte de mim. E aí ponho um enchimento lateral para ganhar quadris, a meia-calça, um sutiã para segurar o enchimento do peito, e o figurino", lista Luís.
O problema maior é ter que fazer a barba todos os dias. E ainda tem aquele outro que as mulheres, conhecem muito bem... "O salto, porque aperta. As gravações das cenas mais longas podem durar quatro horas e são quatro horas em cima do salto. Manter a postura da Dorothy é um exercício diário, mas hoje ela existe independentemente de mim", confessa.

Tanto empenho é reconhecido nas ruas. Luís, que tem uma aplaudida carreira no teatro e no cinema, conta que, quando o vê "à paisana", o público identifica o intérprete de Dorothy e festeja.
Ele já tinha experimentado tal sucesso televisivo quando viveu o cozinheiro Moreno no humorístico "Sob nova direção" (2004-2007), mas diz que a mãe de Brian é seu personagem mais popular.
"Até pela novela ter uma inserção quase diária, ser mais massificada. E as pessoas me perguntam por que botaram um homem para dar vida a uma mulher", observa Luís.
Autor de "Geração Brasil" ao lado de Izabel de Oliveira, Filipe Miguez responde: "Tínhamos vontade de mostrar que um transgênero pode estar inserido na sociedade de maneira harmônica. Mas criamos a Dorothy mesmo para aproveitar a habilidade do Luís de interpretar mulheres.
Os autores também aproveitaram outra habilidade do ator. Em cena recente da novela, para salvar o filho, Brian, das garras do golpista Cidão (André Gonçalves) e seus capangas, Dorothy acionou o Dorival e desfilou golpes de capoeira. Luís, que é bailarino e versado na arte marcial, gravou quase todas as sequências.
A relação do ator com a tecnologia - principal mote da novela - e com as redes sociais é de "informação, diversão e compartilhamento de ideias". "Eu tenho Twitter, Instagram e Facebook. Entro todo dia", avisa.
Outra marca de "Geração Brasil", as expressões em inglês e o sotaque americano, justificados pela vinda da família Marra dos Estados Unidos para cá, foram de fato atenuados a pedido dos autores, conta Luís.
"Porque a gente está no Brasil há um tempo, fica meio chato ter que botar legenda para algumas expressões. É melhor brincar com algumas palavras que são de mais fácil compreensão", diz.
A relação do ator de 44 anos com o inglês, aliás, é "de quinta categoria". E ele entrega: "Não falo nada. Trabalho tanto que nunca tive tempo de aprender. Quero fazer isso, morar um tempo fora do País. Apesar de ter uma casa e uma família para sustentar, ainda vou conseguir. Quero morar em São Francisco".
Natália Boere
Agência o Globo


FONTE:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/zoeira/habilidades-femininas-1.1067884

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