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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Zezé di Camargo: "Não gosto do rótulo universitário"

ENTREVISTA

Zezé di Camargo: "Não gosto do rótulo universitário"

09h29 | 05.12.2014

Para o cantor, não existe diferença entre o sertanejo de "raiz" e "universitário"

Zezé di Camargo e Luciano
Zezé di Camargo e Luciano
FOTO: DIVULGAÇÃO
Os irmãos sertanejos Zezé di Camargo e Luciano desembarcam neste sábado (6) em Fortaleza para apresentação na terceira edição do Villa Mix Festival Fortaleza, no Marina Park Hotel. A dupla conversou com o Zoeira e revelou não ser a favor da divisão do ritmo em subgêneros e do rótulo “universitário” que é tão relacionado com as novas canções sertanejas.
Zezé foi enfático ao dizer que o ritmo é um só e que não acredita em uma divisão de estilos na prática: "não existe diferença entre o sertanejo que fazemos e o dito sertanejo universitário. Eles apenas regravaram músicas de sucesso com um “pit” [levada mais rápida]". O cantor utiliza os exemplos de dois de seus sucessos para exemplificar: "Como um Anjo" e "Você vai ver" que, para o músico, ainda estão na cabeça das pessoas, mas que "estouram nas vozes de artistas do chamado sertanejo universitário, como César Menotti e Fabiano." A opinião de Luciano Camargo não é diferente: "os novos artistas reforçam o gênero, só fortalece a música sertaneja, que é a paixão nacional".

"Não gosto do rótulo universitário. O que todos fazem é sertanejo e ponto. Pra que rótulos? Todos cantam sertanejo", dispara Zezé. "Os leigos saem divulgando este rótulo de sertanejo universitário, como já teve forró universitário e pagode universitário. Esses novos artistas fazem o sertanejo", diz. O artista fala sobre o início da parceria com o irmão Luciano para relatar que a divisão do ritmo em categorias não é de hoje: "quando começamos, em 1991, fomos intitulados de 'new sertanejo' e nós recusamos este rótulo", comenta.
Túnel do tempo
Navegando rapidamente pela história do sertanejo no Brasil, nos deparamos com a predominância da moda de viola, no início do século XX, trazendo temáticas do homem do interior em suas letras. A música caipira retratava a vivência e os desafios da população docampo, que predominava no País naquela época.
Por conta da grande migração da população do sertão para as cidades na segunda metade do século XX, as letras do sertanejo passaram a abordar temáticas alheias a vida no campo que suprissem as novas realidades e anseios dessa parcela da população, transformando-se em umsubgênero do sertanejo. O ritmo ganhou uma pegada mais acelerada e os equipamentos passaram a ter tons mais elétricos. Os versos tornavam-se mais simples, com refrões de fácil memorização e melodias mais dançantes, que interagiam com outros ritmos como pop, funk e forró. 
Mesmo com o pensamento do sertanejo como forma unificada, Zezé admite que existam fases do ritmo musical e distingue as possíveis divisões de estilos em fenômenos: "quando surgimos, no início dos anos 90, aquele fenômeno [sertanejo de raiz] era maior do que esse [universitário], mas com menos gente dentro do movimento. As pessoas tem memória curta, mas o espaço era bem maior", diz.
Vida longa
Zezé ainda defende a origem sertaneja e a potencialidade do ritmo e deixa de lado o rótulo de "modismo": "A música sertaneja faz parte da cultura do país, portanto, a cada ano surgem novas duplas e compositores excelentes. O gênero sertanejo não é modismo. A nossa origem é sertaneja, nunca negamos e não acreditamos que algum dia o nosso gênero tenha morrido ou venha a morrer", comenta.
Se depender dos números, Zezé está certo. A última pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) que tangeu os principais ritmos nacionais, intitulada Tribos musicais e divulgada ano passado, identificou o sertanejo como o ritmo que domina o país na perspectiva do comportamento dos ouvintes de rádio no Brasil: 58% da audiência das rádios escuta sertanejo periodicamente, segundo a pesquisa. O número está em ascensão desde 2007 e cresceu cresceu 8% de lá para cá.
Villa Mix e intercâmbio de ritmos
Os dois filhos de Francisco e Helena pretendem levar seus sucessos do último álbum Teorias de Raul com as músicas que marcaram a carreira durante os mais de 20 anos de parceria para a apresentação no Villa Mix. Será a primeira apresentação da dupla no festival de Fortaleza, que também conta com a participação de Jorge e Mateus, Israel Novaes, Matheus Fernandes, Matheus e Kauan e do forró eletrônico de Wesley Safadão.
presença do Forró em um festival sertanejo por essência é visto com bons olhos por Luciano: "amamos essa mistura musical. O Brasil é isto, essa mesclagem gostosa, que vem do Forró ao Sertanejo, do Clássico ao Samba".
As músicas de Zezé e Luciano também recebem inspirações de artistas de outros ritmos. O último álbum da dupla, "Teorias de Raul", expressa a admiração dos goianos pela experiência e vivência musical do roqueiro. Para Zezé, outro nome que inspira o trabalho dos sertanejos é o deRoberto Carlos, “um ídolo nato”.
Novo DVD
No próximo dia 16 de janeiro, a dupla grava o mais novo DVD em apresentação da turnê “Flores em Vida”, no Citibank Hall, em São Paulo. Zezé e Luciano levarão um setlist de 33 músicas em um show que promete entrar para a história dos irmãos e dos fãs sertanejos. 
Confira duas músicas do estilo musical. A primeira geralmente categorizada como sertanejo de raiz e a segunda como universitário:
No dia em que eu saí de casa - Zezé di Camargo e Luciano  
Balada - Gusttavo Lima



FONTE: DN

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