Dilma conversou com presidente da Indonésia, mas não conseguiu favorecer a situação do brasileiro, preso por tráfico de drogas
A presidente Dilma Rousseff conversou pelo telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, na manhã desta sexta-feira (16), mas não conseguiu clemência para os brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, e Rodrigo Muxfeldt, condenados à morte por tráfico de drogas. Marco Archer deve ser executado neste sábado (17), após negar o último pedido de clemência. Já a data de execução de Muxfeldt ainda não foi marcada.
O Itamaraty afirmou que pode apelar ao Vaticano. A idéia é pedir para o Papa Francisco fazer um apelo à Indonésia contra a execução do brasileiro. "Vamos esperar que um milagre possa reverter essa situação", disse Marco Aurélio Garcia, assesor especial da presidência.
Marco Archer (à direita) e seu advogado. Ele ficou chocado ao saber da confirmação da execução.
(Foto: Divulgação) |
Segundo nota divulgada pela Presidência da República, Dilma ressaltou, na conversa com o presidente da Indonésia, ter consciência da gravidade dos crimes, disse respeitar a soberania daquele país e do seu sistema judiciário, mas fez um apelo humanitário, como "chefe de Estado e como mãe". "A presidenta lamentou profundamente essa posição do governo indonésio e chamou atenção para o fato de que cria uma sombra na relação dos dois países", disse o assessor.
O Itamaraty acredita que a resistência do presidente da Indonésia em conceder clemência é em decorrência do fato da campanha de Widodo ter enfatizado a necessidade de aplicação da pena de morte para crimes vinculados ao tráfico de drogas. O presidente da Indonésia chegou a afirmar que não tinha alternativa, já que os brasileiros foram submetidos a processos legais.
O Itamaraty informou também que foi realizado um pedido de extradição de Marco Acher. O pedido ainda não foi julgado pelo poder Judiciário da Indonésia, mas é de conhecimento das autoridades brasileiras que a lei daquele país proíbe a extradição de pessoas condenadas por tráfico de drogas.
Presidente da Indonésia Joko Widodo afirma que não tem alternativa, já que os brasileiros condenados foram submetidos a processos legais.
(Foto: AFP) |
ExecuçõesAs execuções foram agendadas para o domingo (sábado, no horário brasileiro), serão as primeiras realizadas no governo de Joko Widodo, eleito em outubro do ano passado. O presidente é conhecido por manter uma postura rígida contra o tráfico de drogas. Segundo agências internacionais, além do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, outros quatro estrangeiros serão executados no mesmo dia: um da Nigéria, um do Malaui, um do Vietnã e outro da Holanda. Há ainda um indonésio no corredor da morte.
Após assumir o cargo, o presidente indonésio prometeu que não teria piedade com crimes de narcotráfico. Widodo também é tem adotado postura contundente contra corrupção e defesa dos direitos marítimos. O presidente chegou a ordenar que embarcações ilegais de pesca fossem explodidas pela marinha.
Marco Archer, 53 anos, está preso na Indonésia desde 2004. Ele deve ser executado no próximo domingo. Em nota, o Itamaraty disse ontem que o governo usará todas as alternativas possíveis para salvar o brasileiro. "O governo brasileiro continua mobilizado, acompanhando estreitamente o caso e avalia todas as possibilidades de ação ainda abertas. De modo a preservar sua capacidade de atuação, o governo brasileiro manterá reserva sobre as decisões tomadas", informou.
FONTE: CORREIO
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