Na cena escolhida para o teste, o diretor/protagonista e as atrizes teriam que ficar nus e simular sexo. O Tribuna do Ceará obteve acesso com exclusividade ao roteiro do filme
FONTE:
TRIBUNA DO CEARÁ
O camarim do teatro do Cuca Barra foi o local para dos testes (FOTO: Rubêns Venâncio) |
O filme Barra do Ceará, que tinha previsão para início das filmagens em março de 2015, prometia tratar da violência no cotidiano das grandes cidades. O longa contaria a história de um traficante de favela de Fortaleza visto como um deus pela comunidade em que vivia. Traria cenas fortes de prostituição, orgia, homossexualidade e estupro. Esse último foi o tema escolhido por Raphael Fyah, suposto diretor de cinema, para acena de teste de elenco das atrizes, realizada no Cuca da Barra do Ceará, no último dia 3 – caso denunciado por cerca de 30 atrizes cearenses.
No roteiro do filme ao qual o Tribuna do Ceará obteve acesso com exclusividade, Raquel, a personagem que seria violentada, estava em casa, esperando pelo namorado, quando foi surpreendida pelo traficante Fyah, vivido pelo próprio responsável pelo filme. Seu irmão, um dependente químico chamado Jonas, deve ao criminoso a quantia de R$ 1.000 pela compra de drogas. Jonas, por um motivo não especificado no roteiro, desaparece, cabendo a Raquel pagar pela dívida.
Fyah, o protagonista vivido pelo diretor, analisa o corpo da vítima e logo a ataca, afirmando que não poderá sair no prejuízo pelo erro de Jonas, e que precisa ser recompensado de alguma forma. O traficante ameaça a jovem com uma arma e ordena que Raquel tire a calcinha. “Ela tirou, tremendo e chorando de medo. Ele beijou sua boca, apalpou os seus seios e a jogou contra a mesa. Ele ficou por trás dela. Raquel chorava, gemia, tremia e pedia para ele parar”, especifica o roteiro.
Assim fez a estudante de Teatro da UFC, que não quis se identificar, durante seu teste realizado no camarim do Cuca Barra. A jovem conta que levou para o teste duas calcinhas, assim, poderia retirar uma durante a interpretação de Raquel e continuar vestida com a outra, mas Raphael teria exigido que ela ficasse nua, assim como ele.
Outras cenas que o suposto diretor havia escolhido para a realização dos testes também possuem conotação sexual. Em seu longa-metragem, duas personagens, Gabi e Carol se prostituíam por droga, mantendo relações com o traficante Fyah em troca de cocaína. Em todos os roteiros de cenas de testes, Raphael especifica bem que tipo de roupa suas personagens femininas usam. São sempre saias curtas, blusas justas, roupas de dormir e outras peças que denotam que as mulheres do filme, de alguma forma, sensualiza para o traficante.
Clique abaixo e veja os roteiros na íntegra:
Barra_do_Ceará_-_Cena do estupro de RaquelBarra_do_Ceará_-_Cena de sexo com CarolBarra_do_Ceará_-_Cena de sexo com Gabi
O delegado Sidney Furtado, do 33º Distrito Policial, da Barra do Ceará, que acompanha o caso, informou que o verdadeiro nome do rapaz é Francisco Raphael da Costa Silva, e que é conhecido pela polícia como Dentinho. Ele já responde a cinco acusações por estelionato. Os golpes costumam ser contra empresas de turismo e de eventos. No caso do filme, cinco atrizes já formalizaram denúncia na delegacia.
Relembre as matérias sobre o caso:
12 de fevereiro – Alunas de teatro denunciam assédio sexual em teste para suposto filme em Fortaleza
FONTE:
TRIBUNA DO CEARÁ
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