Sábado, 7 de Março de 2015.
Santo do dia: Santas Perpétua e Felicidade, mártires; São João Batista Nam Chong-sam, mártir Cor litúrgica: roxo
Evangelho de hoje: São Lucas 15, 1-3.11-32
Primeira leitura: Miqueias 7, 14-15.18-20 Leitura da profecia de Miqueias:
14Apascenta o teu povo com o cajado da autoridade, o rebanho de tua propriedade, os habitantes dispersos pela mata e pelos campos cultivados; 15E, como foi nos dias em que nos fizeste sair do Egito, faze-nos ver novos prodígios. 18Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. 19Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. 20Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos.
- Palavra do Senhor - Graças a Deus
Salmo 102 (103)
— Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!
R: O Senhor é indulgente e favorável.
— Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão;
R: O Senhor é indulgente e favorável.
— Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor. Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas.
R: O Senhor é indulgente e favorável.
— Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes.
R: O Senhor é indulgente e favorável.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 15, 1-3.11-32
- Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai! - Vou voltar e encontrar o meu pai e direi: Meu pai, eu pequei contra o céu e contra ti (Lc 15, 18)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximaram-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos.16O rapaz queira matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome’.18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”’.
— Palavra da Salvação — Glória a vós, Senhor
Comentário do dia por São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermões 2 e 3; PL 52, 188-189 e 192
«Levantar-me-ei, irei ter com meu pai»
Aquele que diz estas palavras jazia por terra. Toma consciência da queda, apercebe-se da sua ruína, vê-se enleado no pecado e exclama: «Levantar-me-ei e irei ter com meu pai». De onde lhe vem esta esperança, esta certeza, esta confiança? Vem do facto de que se trata de seu pai. «Perdi a minha qualidade de filho, diz para si mesmo; mas ele não perdeu a de pai. Não é preciso um estranho para interceder junto de um pai: é o afecto deste que intervém e que suplica no mais profundo do seu coração. As suas entranhas paternas levam-no, pelo perdão, a de novo gerar seu filho. Como culpado que sou, irei pois ter com meu pai.»
E o pai, ao avistar o filho, encobre imediatamente o erro deste. Ao papel de juiz prefere o de pai e imediatamente transforma a sentença em perdão, pois deseja o regresso do filho e não a sua perda. […] «Correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos.» Eis como o pai julga e como corrige: beija em vez de castigar. A força do amor não tem em conta o pecado, e é por isso que o pai resgata com um beijo a falta do filho, cobrindo-a com os seus beijos. O pai não desvela o pecado de seu filho, não o difama, mas sara-lhe as feridas, de maneira a não deixarem cicatriz nem desonra. «Feliz aquele a quem é perdoada a culpa e absolvido o pecado» (Sl 31,1).
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