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sábado, 26 de novembro de 2016

Quase 90% das mulheres dizem já ter sido vítima de assédio no Brasil

Pesquisa divulgada ontem mostra um quadro preocupante no Brasil, com maior incidência de casos
Evento em Brasília, ontem, discutiu violência contra a mulher
Por OPOVO - O assédio é uma realidade para 87% das mulheres brasileiras que vivem em áreas urbanas, 16% relataram ter sido assediadas antes dos 10 anos e 55%, com 18 anos ou menos. As informações estão em pesquisa divulgada ontem e encomendada pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid no Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.

Além das brasileiras, foram ouvidas tailandesas, indianas e britânicas. O Brasil é o que apresenta a maior incidência de assédio entre as mulheres e também entre aquelas que sofreram assédio antes dos 10 anos. Foram considerados assédio atos indesejados, ameaçadores e agressivos contra as mulheres, podendo configurar abuso verbal, físico, sexual ou emocional.


Para a produtora Erika Freddo, 38 anos, o fato de não ter sofrido assédio antes dos dez anos é uma raridade. “Acho que fui muito protegida quando criança, mas várias amigas já contaram ter sofrido quando crianças assédio de amigo da família, padrasto, mas, depois de adulta, o assédio tornou-se quase cotidiano”, disse.



Para a assessora do Programa de Direito das Mulheres da ActionAid no Brasil, Jéssica Barbosa, é preocupante o alto índice de assédios a crianças no País, que revela uma propensão da sociedade brasileira à sexualização infantil. “O patriarcado atua nesse processo de naturalização da violência contra a mulher e aí não estamos falando de homens loucos, de uma exceção, mas sim, do primo, do tio, do vizinho, de homens que foram ensinados a sexualizar essas crianças desde muito cedo. Os dados mostram que a maioria dos estupradores são conhecidos das vítimas”.


Acesso total
A representante da ActionAid disse que melhorar a segurança dos espaços públicos, com mais iluminação, policiamento, melhores meios de transporte, diminui a vulnerabilidade das mulheres nas rua. “Precisamos garantir o acesso da mulher à cidade e desnaturalizar a violência. Estamos falando de mulheres que deixam de usufruir da cidade, de serviços públicos, que deixam de viver todas as suas liberdades e potencialidades pelo medo do assédio e da violência”, disse Jéssica.

A pesquisa foi feita online no período entre 1º e 14 de novembro e ouviu 2.236 mulheres: 1.038 na Grã-Bretanha, 502 no Brasil, 496 na Tailândia e 200 na Índia. Os números foram ponderados e são representativos de todas as mulheres maiores de idade na Grã-Bretanha, todas as mulheres online na Tailândia e toda a população urbana feminina de Brasil e Índia.

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