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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Para barrar denúncia, Temer negociará pessoalmente com membros da CCJ

Decisão de atuar pessoalmente se dá porque os aliados, principalmente os partidos do "centrão", já demonstraram insatisfação com o ministro Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo, e não admitem mais negociar com ele
POR NOTÍCIAS AO MINUTO
Depois da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer, por obstrução de justiça e organização criminosa, o próprio presidente deve "entrar em campo" para tentar convencer os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a votar contra o encaminhamento do processo.

Para isso, deve receber os deputados que compõem o colegiado, segundo fontes ouvidas em Brasília. Segundo avaliação dos aliados de Temer, ele terá mais facilidade para rejeitar a denúncia, depois do "desgaste" causado ao Ministério Público Federal (MPF) pela reviravolta nas delações da JBS. Executivos da empresa tiveram os acordos de colaboração revisados e os benefícios rescindidos após áudios indicarem que eles omitiram informações importantes aos investigadores.
Além disso, a possível atuação do ex-procurador Marcelo Miller, a favor do grupo empresarial enquanto ainda estava na PGR, põe em xeque o próprio Janot e as investigações, diz a base governista.
Para o vice-líder na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), Janot teve "ânsia" de apresentar a denúncia, porque está para sair da PGR.
"É uma ânsia muito grande do procurador Janot e de toda equipe dele de colocar todas essas denúncias para fora da Procuradoria agora. Só espero que haja bastante serenidade neste processo. Que o STF não encaminhe antes de quarta-feira", disse Beto Mansur, depois de falar com o advogado de Temer, Antônio Mariz.
A decisão de atuar pessoalmente se dá porque os aliados, principalmente os partidos do "centrão", já demonstraram insatisfação com o ministro Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo, e não admitem mais negociar com ele.
"A base vai vender dificuldades para colher facilidades", resumiu um interlocutor de Temer ao O Globo.

Quando da primeira denúncia, por corrupção passiva, o Planalto teve de mudar boa parte dos membros da CCJ para conseguir barrar o relatório do deputado Sergio Zveiter (Pode-RJ), que era favorável ao prosseguimento das investigações contra Temer. Conseguiu. Agora, acredita que não há mais riscos de traições, embora a orientação seja permanecer atento.
A indicação do relator, aliás, é outra preocupação do governo. O presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deu trabalho à base, à época da primeira denúncia, ao escolher Zveiter, que teve o relatório recusado, após a "dança das cadeiras". Pacheco foi, então, enquadrado, e acabou nomeando o peemedebista Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) para ser relator do novo e vencedor parecer.
Outra estratégia do Planalto é tentar paralisar a denúncia o máximo possível, no âmbito da Justiça, pelo menos até a próxima quarta-feira (20), quando o STF retomará o julgamento sobre as irregularidades no processo de delação dos donos da JBS.
Se, ainda assim, o processo passar e chegar à Câmara, o governo quer uma tramitação rápida. E o motivo tem nome e sobrenome: Geddel Vieira Lima. Preso depois de a Polícia Federal encontrar R$ 51 milhões em apartamento que seria usado por ele, o governo já teme uma delação do ex-ministro. Ele foi chefe da Secretaria Geral de Temer e é amigo do presidente.

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