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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fraudes online geram 30% a mais de denúncias


NO ESTADO

Fraudes online geram 30% a mais de denúncias

27.11.2012


Especialistas alertam para que o consumidor tenha atenção com os indícios de falsas empresas na web
Acompanhando a expansão acelerada dos sites de compras pela internet, cresce de forma paralela o número de falsas empresas responsáveis por aplicar golpes em todo o País. Somente no Ceará, a quantidade de denúncias vindas de consumidores vítimas destas fraudes chegou a ter um acréscimo de 30% no acumulado de janeiro a novembro, em relação ao igual período do ano passado, informou o titular da Delegacia de Defraudações, Jaime de Paula Pessoa.


Em Fortaleza, o consumidor que se sentir vítima de fraude em algum site de compras na internet, deve registrar uma denúncia na Delegacia de Defraudações Foto: Bruno Gomes

"Hoje o comércio virtual tem crescido de uma forma desproporcional. Se cresce, aumenta também o número de ocorrências. Fora a questão dos estelionatários, temos ainda outras vítimas de produtos que apenas não são entregues", explica ele, acrescentando que, em quase 100% dos casos, as falsas empresas não são do Ceará, mas de estados como o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. "Não é um número alarmante aqui, mas encaminhamos todas as denúncias para a polícia destes estados".

Dono de um prejuízo de R$ 2.240, o fotógrafo Leopoldo Kaswiner afirma estar cada vez mais convencido de ter sido vítima de um falso site na web após uma compra efetuada sem sucesso em agosto do ano passado. De acordo com ele, enquanto a empresa intermediadora do pagamento dava um prazo de apenas 14 dias para o cancelamento da compra no caso de não recebimento da mercadoria, o site responsável afirmava que o produto chegaria dos Estados Unidos em uma média de 20 a 30 dias, o que nunca aconteceu.

O fotógrafo afirma ainda que, mesmo depois de várias tentativas, a negociação não foi realizada com sucesso. "Passei um tempo aguardando o material chegar. Quando deu um mês e nada chegou, fui atrás e o atendente da loja disse que tinha o produto lá, mas era único, havia sofrido uma queda e estava quebrada, oferecendo outro nessa faixa de preço. Ele fez de tudo para eu desistir". Ainda de acordo com ele, apenas os primeiros e-mails foram respondidos.

Recentemente, a advogada Patrícia Santiago passou por uma situação parecida depois de comprar um tênis no dia 1º de outubro e não ter recebido a mercadoria até hoje. "Achei nesse site e, apesar de não conhecê-lo e de não saber de ninguém que já tinha efetuado alguma compra nele, resolvi arriscar. Procurei informações na internet e não achei nenhuma referência negativa. Inclusive, a pagina deles no Facebook tinha mais de 20 mil curtições. Ainda não confiando muito, optei por dividir a compra em 10 vezes", conta.

Atenção redobrada
De acordo com o analista em segurança da informação, Pablo Ximenes, alguns cuidados devem ser tomados na hora de realizar a compra pela internet. Entre elas, destaca-se o uso de intermediadores de pagamentos seguros e do cartão de crédito. "Se houver qualquer fraude, o consumidor pode entrar em contato com o cartão e tentar estornar o dinheiro. Existe uma cooperação dessas financeiras. Transferências e boletos bancários são mais difíceis de se reverter". Entretanto, ele afirma ainda que não adiante ter um intermediário, mas é importante respeitar suas regras. "Se as regras dele contradizem com as do site, desconfie", completa.

O especialista destaca ainda a importância da identificação do certificado digital legítimo. "Eles vão aparecer quando você acessa e aparece no endereço "https". Às vezes, esse selo pode ser fraudado. Geralmente, quando ele é forjado, o navegador manda um aviso", alerta.

Resolução do problema
O presidente da Comissão Nacional de Defesa do Consumidor da OAB, Hércules Amaral, alerta ainda para que nos consumidores certifiquem se a empresa possui um CNPJ ou um telefone fixo. "Se ainda assim houver uma situação de lesão, no primeiro momento, deve ser verificada se é falha no serviço, na logística ou falta de estoque. Os problemas podem ser resolvidos nos Procons por meio de reclamações administrativas. Se não for possível, a via que se resolve é na Justiça, por meio de juizados especiais", explica.

De acordo ainda com o advogado, no caso de fraude, o que caracteriza um crime de estelionato por parte das falsas empresas, o consumidor deve encaminhar a denúncia para a Delegacia de Defraudações.

Salto no faturamento

Na última sexta-feira (23), a Black Friday - evento com mais de 300 lojas virtuais com até 75% de desconto -rendeu números recordes para o e-commerce nacional. De acordo com a empresa e-bit, foram faturados R$ 243,8 milhões em vendas. O número é 43,8% maior que o faturamento do ano passado, quando os ganhos somaram R$ 100 milhões.

ANA BEATRIZ SUGETTEREPÓRTER 

FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1207576

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