Espórtulas e taxas: vergonha para a Igreja de Cristo

Espórtulas e taxas: vergonha para a Igreja de Cristo

Os bispos do Regional Nordeste I da CNBB, reunidos para refletir sobre a questão da sustentação dos padres e das comunidades, recomendaram com insistência a implantação do Dízimo como for

ma mais adequada de manter a Igreja e seus ministros. No entanto, estabeleceram uma tabela de espórtulas e taxas que entrará em vigor a partir de janeiro de 2013. Assim, fica estabelecido que uma missa custará R$ 40,00, batismo e crisma custarão igualmente R$ 40,00, um casamento passará de R$100,00 para R$ 130,00.

O que não dá pra entender é o fato de se continuar insistindo neste sistema inconveniente e antirreligioso da cobrança de espórtulas e taxas. Mesmo mostrando que a forma mais adequada de sustentar a igreja é através do Dízimo, os bispos continuam estabelecendo preço de serviço religioso. É claro que a intenção dos senhores bispos é normatizar uma prática antiga para evitar abusos. Mas, sendo tão claro o evangelho ao afirmar: “de graça recebestes, de graça deveis dar”, é difícil aceitar a existência de uma tabela de preços ou qualquer cobrança por serviços religiosos.

No documento do Regional Nordeste I, logo abaixo da tabela de preços há uma observação importante: “Onde existe outra forma de sustentação dos presbíteros, o celebrante renuncie receber espórtulas”. 

Ora, na Arquidiocese de Fortaleza a sustentação dos presbíteros é promovida pelo Regimento do Fundo de Sustentação do Clero. Isso significa que, segundo a observação citada acima, em nenhuma paróquia desta Arquidiocese deveria haver cobrança de espórtulas.

Em carta circular, o Arcebispo D. José Antônio esclarece: “Aproveitamos também a oportunidade para lembrar a todos, que a Arquidiocese de Fortaleza tem se dedicado muito a que se supere o sistema de espórtulas e taxas através de uma Pastoral mais evangelizadora e coerente através do ‘Dízimo e Partilha Eclesial’. Estaremos, além de viver de modo mais evangélico e fraterno, testemunhando a coerência cristã em meio a uma sociedade dominada pelo econômico. Também mostraremos uma face eclesial distinta de todas as formas de comércio religioso, que hoje se faz cada vez mais presente em nossa sociedade. Poderão os fiéis distinguir a atitude da Igreja Católica e de seus legítimos pastores pela gratuidade e solidariedade frente a muitos que tudo fazem por dinheiro”

Diante destas palavras e da indigesta tabela de espórtulas e taxas, a Paróquia de Aracoiaba reafirma sua prática: Não cobramos espórtulas e taxas porque o evangelho nos ensina a dar de graça o que de graça recebermos, e porque tal cobrança é vergonhosa para a Igreja de Cristo.
Ouça a homilia acima e deixe seu comentário.

Pe. Evando Alves de Andrade, pároco de Aracoiaba - Ceará

FONTE: http://paroquiadearacoiaba.blogspot.com.br/