INCLUSÃO DIGITAL
Iniciativas levam banda larga ao Interior
Provedores de internet ganham novas possibilidades para oferecer acesso fora da capital cearense
Muitos usuários de municípios interioranos só têm acesso à internet através de iniciativas públicas, que agora ganham impulso com o aumento de oferta trazido por projetos como o do Cinturão Digital, o do PNBL e da iniciativa privada
Você deve conhecer alguém que, quando tem uma folguinha ou um feriado mais prolongado, adora viajar para o interior do Estado, só para escapar das cobranças das grandes cidades que chegam pelo e-mail, celular, inbox no Facebook ou até mensagens diretas no Twitter. "Lá não tem sinal mesmo, vou ter um pouco de paz", eles pensam. Mas o mesmo isolamento, tão atrativo como fator de relaxamento, também reflete uma perspectiva de desigualdade social que ainda assola o Brasil: a exclusão digital.
Utilizando os dados do Censo 2010 promovido pelo IBGE, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou um mapeamento da exclusão digital no Brasil ainda em 2012. De acordo com o levantamento, apenas 16,25% da população cearense dispõe de computador com acesso à internet em casa. Baseadas nessa necessidade, iniciativas públicas e privadas se mobilizam para ampliar o alcance da rede em banda larga a comunidades mais afastadas e menos favorecidas financeiramente.
Iniciativa privada
A operadora de telecomunicações Mob Telecom está ampliando a rede de fibras óticas que já atende Fortaleza para alcançar 56 municípios no interior do Ceará, além de outros 17 no Rio Grande do Norte, Piauí e Pernambuco. De acordo com o diretor de planejamento da empresa, Luís Costa, o objetivo principal é "vender para provedores de internet locais que não tem possibilidade de alcançar banda grande", para que eles possam redistribuir o serviço a preços mais baixos para comunidades mais carentes.
A distribuição da velocidade da internet oferecida dependerá de cada provedor, em resposta às demandas de cada cidade. Ainda segundo Costa, alguns municípios já têm seus limites definidos, como Iguatu (3GB), Quixadá (2GB), Juazeiro do Norte (3GB) e Baturité (500 MB). Os preços dos pacotes, ainda que de baixo custo, também variam de acordo com o provedor.
A implantação da rede de fibras óticas já foi iniciada e está prevista para terminar em meados de maio deste ano. A estrutura da Mob deve existir em paralelo com o Cinturão Digital, uma iniciativa do governo estadual.
Cinturão Digital
A gestão estadual está investindo R$ 47 milhões na implantação do Cinturão Digital do Ceará, iniciado em novembro de 2011. A infraestrutura conta com 2.600 Km de fibra ótica e pretende conectar 92 cidades do interior do Estado, buscando atingir 90% da população urbana. O objetivo é facilitar o acesso da população dos principais municípios à banda larga e outros serviços digitais, como videoconferências, TV Digital e telefonia celular.
Mais do que promover a conexão, a ideia da internet mais rápida, cuja velocidade proposta é de 30Mbps, é também a inclusão social dos cidadãos que não podem pagar por esse serviço. O CDC quer melhor a estrutura estadual para a implementação de projetos de educação a distância, atrair novas empresas de base tecnológica e fornecer recursos computacionais para uso da população. O edital que rege as conexões a serem oferecidas pelas prefeituras determina que os projetos apresentados devem garantir o acesso em planos a partir de R$ 29,90 para 1 Mbps, em praças e pontos de interesse da gestão municipal. Dentre as cidades beneficiadas estão Aracati, Barbalha, Canindé, Cascavel, Horizonte, Itapipoca, Jijoca de Jericoacoara, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Quixeramobim e Tianguá.
Plano nacional
Já o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), iniciativa do governo federal para massificar o acesso à internet a baixos custos, está presente em 48 municípios cearenses através da concessionária Oi. A intenção, em termos de Brasil, é disponiblizar o serviço para quase 40 milhões de domicílios até 2014, oferecendo internet de 1 Mbps a partir de R$ 35. O cliente de internet nos moldes do PNBL no Ceará também poderá ter o serviço de telefonia fixa da Oi.
Isenção de impostos
Na última semana, o Ministério das Comunicações anunciou um decreto que prevê a isenção de impostos em investimentos em infraestrutura e redes de banda larga em todo o Brasil. A medida possibilita que as empresas que desejem aumentar a oferta de 3G e 4G sejam dispensadas de pagar PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
O abatimento nos custos das companhias, caso os projetos de expansão sejam aprovados, é de quase 30%. As propostas devem ser apresentadas até 30 de junho deste ano e concretizadas até 31 de dezembro de 2016. Para a rede 3G, o objetivo do governo federal é de isentar dos impostos apenas as empresas que ampliem a infraestrutura localizada em áreas onde o serviço ainda não existe, de forma a incentivar e acelerar os investimentos em localidades mais isoladas.
Muitos usuários de municípios interioranos só têm acesso à internet através de iniciativas públicas, que agora ganham impulso com o aumento de oferta trazido por projetos como o do Cinturão Digital, o do PNBL e da iniciativa privada
Você deve conhecer alguém que, quando tem uma folguinha ou um feriado mais prolongado, adora viajar para o interior do Estado, só para escapar das cobranças das grandes cidades que chegam pelo e-mail, celular, inbox no Facebook ou até mensagens diretas no Twitter. "Lá não tem sinal mesmo, vou ter um pouco de paz", eles pensam. Mas o mesmo isolamento, tão atrativo como fator de relaxamento, também reflete uma perspectiva de desigualdade social que ainda assola o Brasil: a exclusão digital.
Utilizando os dados do Censo 2010 promovido pelo IBGE, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou um mapeamento da exclusão digital no Brasil ainda em 2012. De acordo com o levantamento, apenas 16,25% da população cearense dispõe de computador com acesso à internet em casa. Baseadas nessa necessidade, iniciativas públicas e privadas se mobilizam para ampliar o alcance da rede em banda larga a comunidades mais afastadas e menos favorecidas financeiramente.
Iniciativa privada
A operadora de telecomunicações Mob Telecom está ampliando a rede de fibras óticas que já atende Fortaleza para alcançar 56 municípios no interior do Ceará, além de outros 17 no Rio Grande do Norte, Piauí e Pernambuco. De acordo com o diretor de planejamento da empresa, Luís Costa, o objetivo principal é "vender para provedores de internet locais que não tem possibilidade de alcançar banda grande", para que eles possam redistribuir o serviço a preços mais baixos para comunidades mais carentes.
A distribuição da velocidade da internet oferecida dependerá de cada provedor, em resposta às demandas de cada cidade. Ainda segundo Costa, alguns municípios já têm seus limites definidos, como Iguatu (3GB), Quixadá (2GB), Juazeiro do Norte (3GB) e Baturité (500 MB). Os preços dos pacotes, ainda que de baixo custo, também variam de acordo com o provedor.
A implantação da rede de fibras óticas já foi iniciada e está prevista para terminar em meados de maio deste ano. A estrutura da Mob deve existir em paralelo com o Cinturão Digital, uma iniciativa do governo estadual.
Cinturão Digital
A gestão estadual está investindo R$ 47 milhões na implantação do Cinturão Digital do Ceará, iniciado em novembro de 2011. A infraestrutura conta com 2.600 Km de fibra ótica e pretende conectar 92 cidades do interior do Estado, buscando atingir 90% da população urbana. O objetivo é facilitar o acesso da população dos principais municípios à banda larga e outros serviços digitais, como videoconferências, TV Digital e telefonia celular.
Mais do que promover a conexão, a ideia da internet mais rápida, cuja velocidade proposta é de 30Mbps, é também a inclusão social dos cidadãos que não podem pagar por esse serviço. O CDC quer melhor a estrutura estadual para a implementação de projetos de educação a distância, atrair novas empresas de base tecnológica e fornecer recursos computacionais para uso da população. O edital que rege as conexões a serem oferecidas pelas prefeituras determina que os projetos apresentados devem garantir o acesso em planos a partir de R$ 29,90 para 1 Mbps, em praças e pontos de interesse da gestão municipal. Dentre as cidades beneficiadas estão Aracati, Barbalha, Canindé, Cascavel, Horizonte, Itapipoca, Jijoca de Jericoacoara, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Quixeramobim e Tianguá.
Plano nacional
Já o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), iniciativa do governo federal para massificar o acesso à internet a baixos custos, está presente em 48 municípios cearenses através da concessionária Oi. A intenção, em termos de Brasil, é disponiblizar o serviço para quase 40 milhões de domicílios até 2014, oferecendo internet de 1 Mbps a partir de R$ 35. O cliente de internet nos moldes do PNBL no Ceará também poderá ter o serviço de telefonia fixa da Oi.
Isenção de impostos
Na última semana, o Ministério das Comunicações anunciou um decreto que prevê a isenção de impostos em investimentos em infraestrutura e redes de banda larga em todo o Brasil. A medida possibilita que as empresas que desejem aumentar a oferta de 3G e 4G sejam dispensadas de pagar PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
O abatimento nos custos das companhias, caso os projetos de expansão sejam aprovados, é de quase 30%. As propostas devem ser apresentadas até 30 de junho deste ano e concretizadas até 31 de dezembro de 2016. Para a rede 3G, o objetivo do governo federal é de isentar dos impostos apenas as empresas que ampliem a infraestrutura localizada em áreas onde o serviço ainda não existe, de forma a incentivar e acelerar os investimentos em localidades mais isoladas.
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1236208
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