Saudades Casimiro de Abreu
Nas horas mortas da noite, Como é doce o meditar, Quando as estrelas cintilam, Nas ondas quietas do mar.
Quando a lua majestosa, Surgindo linda e formosa, Como donzela vaidosa, Nas águas se vai mirar!
Nessas horas de silêncio, De tristezas e de amor, Eu gosto de ouvir ao longe, Cheio de mágoa e de dor.
O sino do campanário, Que fala tão solitário, Com esse som mortuário, Que nos enche de pavor.
Então - proscrito e sozinho - Eu solto aos ecos da serra, Suspiros dessa saudade, Que no meu peito se encerra.
Esses prantos de amargores, São prantos cheios de dores: - Saudades - dos meus amores, - Saudades - da minha terra !
*Casimiro José Marques de Abreu nasceu na Barra de São João, Rio de Janeiro, em 4 de janeiro de 1839, onde morreu, vitimado pela tuberculose, em 18 de outubro de 1860.*
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