EM 2013
Frutas ficaram 14,44% mais caras
01.02.2014
Entre janeiro e dezembro do ano passado, as frutas comercializadas pela Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa) ficaram 14,44% mais caras, alta que teve grande impacto da banana. A fruta, que é um dos produtos mais consumidos pelos cearenses, também já começou 2014 com o preço mais elevado, efeito da seca que afetou o País, sobretudo o Nordeste, nos últimos dois anos. De acordo com o analista de Mercado da Ceasa, Odálio Girão, o cento da banana custa hoje, em média, R$ 18,00, mas o valor da banana pacovan, a mais consumida no Estado, pode chegar a R$ 20,00. "O preço ainda está muito elevado. Em épocas normais, o valor médio do cento da banana fica entre R$ 12,00 e R$ 14,00", enfatiza, acrescentando que o preço da fruta pode subir ainda mais nos próximos meses, devido à redução na oferta do produto.
"A banana vai sofrer um impacto muito forte, pois ela vai se recuperar (a safra) e também pode haver uma redução na oferta oriunda de áreas de irrigação. Isso pode elevar o preço da banana, que, hoje, vem principalmente da região de Baturité e da serra do Apodi, onde os vendavais prejudicaram os bananais nesta semana. Além disso, trazer a banana de outros estados pode encarecer também o produto", afirma.
De acordo com Odálio, as questões envolvendo o abastecimento da banana também foram responsáveis pelo principal impacto no aumento médio dos preços dos produtos comercializados pela Ceasa em 2013, que registraram elevação de 2,58%, conforme o Índice de Preços da Ceasa Ceará (IPCE), divulgado ontem (31).
No caso das frutas, cujos preços subiram quase 15% no período, Odálio reforça que "a seca influenciou nesta alta, sobretudo no caso da banana, que tem um peso muito grande.
Mas também tivemos o impacto do abacaxi, que pesa muito também, pois houve falta do produto no Rio Grande do Norte e na Paraíba, devido à seca. Outro item que afetado foi o maracujá, que também possui um peso significativo no grupo frutas". O Índice de Preços da Ceasa também mostrou houve aumento nos grupos "raiz, bulbo" (11,45%) e "folha, flor e haste" (2,80%).
Influência positiva
Apesar disso, o analista de mercado da Ceasa diz que os preços, de um modo geral, subiram abaixo da expectativa, tendo em vista o cenário de seca e o comportamento de alguns produtos em determinados meses do ano passado. "Abril de 2013 foi um mês que teve um impacto forte, com muitos produtos afetados. Isso porque o nosso pequeno produtor não teve recursos para manter a produção com a falta de água. Neste mês, os maiores impactos foram no tomate, abacaxi e maracujá", diz. Segundo ele, o grupo responsável por aliviar a alta, de um modo geral, e equilibrar os preços ao longo do ano passado foi o de hortaliças, que apresentou uma redução de 21,94% nos preços praticados na Ceasa.
"No segundo semestre, as hortaliças apresentaram uma boa oferta de alguns produtos de origem de irrigação, isso no caso das hortaliças fruto. A Ibiapaba contribuiu com uma boa parte destes produtos de irrigação. Os produtores utilizaram poços profundos e conseguiram manter a produção local e em uma boa escala. Estados como a Bahia, Pernambuco e Minas Gerais também mandam hortaliças para o Ceará. Assim, as hortaliças foram responsáveis por equilibrar os preços em 2013", destaca Odálio Girão.
Perspectivas
Sobre a perspectiva para o comportamento dos preços para este ano, Odálio prefere falar apenas sobre o horizonte dos três primeiros meses de 2014, acreditando que, de modo geral, os preços se manterão no mesmo patamar atual, pois "o mercado bem abastecido". "Não esperamos grandes aumentos neste primeiro trimestre", conclui.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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