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sábado, 12 de abril de 2014

PROFESSORES - 55,3% não têm formação adequada

PROFESSORES

55,3% não têm formação adequada

12.04.2014

No Ceará, mais da metade dos docentes do Ensino Médio dão aula em áreas diferentes


escola
As disciplinas de Artes, Filosofia, Física e Química são as mais preocupantes. Língua Portuguesa é a área que tem os melhores índices, mas, mesmo assim, 27,1% dos profissionais que lecionam não têm formação em Letras
FOTO: HELOSA ARAÚJO
Dados do Censo Escolar 2013, organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam que, no Ceará, dos 25.123 professores que atuam no Ensino Médio, 13.898, ou seja, 55,3%, não possuem licenciatura nas disciplinas que ministram. As informações estão disponíveis no site do Observatório do Plano Nacional de Educação.
As taxas mais preocupantes recaem sobre as disciplinas de Artes, com 1,5% de professores formados na área, Filosofia, com 15,2%, Física, com 21,4% e Química, com 33,8%. Língua Portuguesa aparece como a área com melhores índices, mas, ainda assim, agrega 27,1% de profissionais sem formação em Letras.
O número geral do Ceará é semelhante ao índice brasileiro. No País, 52% dos docentes do Ensino Médio lecionam matérias para as quais não foram preparados. O Brasil ocupou, ainda, em 2012, a 58ª posição entre os 65 países incluídos no último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), iniciativa internacional que avalia, a cada três anos, o desempenho dos estudantes na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica na maioria dos países.

Áreas afins
Na opinião do mestre em Educação Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, o que existe é a carência de professores em determinadas áreas, por isso, profissionais de áreas afins acabam assumindo outras disciplinas.
"Existe demanda grande, por exemplo, para matérias como Geografia e Física. Muitas escolas recorrem à colocação de professores de áreas próximas quando há necessidade, porque seria pior se os alunos não tivessem disciplina nenhuma. Mas isso traz danos ao ensino, pois o aluno não vai ter acesso à totalidade de conteúdos necessários para aprender aquela matéria", afirma Patrício Ribeiro.
Alternativas
O mestre em Educação, no entanto, acredita que, apesar de alarmante, a tendência é que os índices diminuam com o tempo.
"O número é muito preocupante, mas a situação já foi pior. Hoje, muitos desses professores que ensinam em outras disciplinas fazem uso da educação a distância para se capacitar em outras áreas. O crescimento do acesso de alunos de escola pública ao ensino superior, através do ProUni ou de cotas, também tem atraído esses alunos a cursos de licenciatura", analisa.
Para alcançar a resolução do problema, Patrício coloca como fundamental um investimento maior na carreira dos profissionais de educação.
"A solução é realmente tornar atrativa a carreira de professor. À medida em que o mercado é atraente, mais pessoas vão estar interessadas em seguir a carreira de docentes no Ensino Médio", avalia o mestre.
Consultada sobre o assunto, a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) afirma, por meio de nota, que o Ceará tem priorizado a forma de ingresso de profissionais na rede pública estadual de ensino por meio de concurso público de provas e títulos. O último foi realizado em 2009, nomeando mais de 3 mil professores.
Concurso em andamento pretende ocupar outras 3 mil vagas nas áreas de Arte-Educação, Biologia, Educação Física, Filosofia, Física, Geografia, História, Língua Espanhola, Língua Inglesa, Língua Portuguesa, Matemática, Química e Libras, para carga-horária de 40 horas, com remuneração de R$2.546,08.
A Seduc informa também que a rede estadual conta com 13 mil professores efetivos e ativos, dos quais 89 possuem nível médio e não se encontram mais em sala de aula. Os demais são graduados, sendo que, 65% deles possuem nível de especialização, enquanto 4% possuem mestrado e doutorado.
Acompanhamento
Ainda de acordo com a Seduc, as escolas estaduais contam com o serviço de Professores Coordenadores de Área (PCA), por meio dos quais os professores são acompanhados em seus planejamentos pedagógicos, sob a supervisão dos coordenadores escolares, o que permite a qualificação do ensino.
A Secretaria da Educação do Estado aponta ainda que, desde 2008, aplica avaliação censitária em todas as turmas de Ensino Médio, do 1º ao 3º ano, possibilitando aos gestores a revisão dos planos de gestão e projetos pedagógicos.
Ranniery Melo
Especial para cidade

FONTE: 

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