ATIVIDADES RETOMADAS

Bancos ficam lotados no 1º dia após fim da greve

08.10.2014

Os bancários da Caixa Econômica, Banco do Brasil e dos bancos privados retornaram ao trabalho ontem

Apesar do grande número de clientes, o atendimento ocorreu normalmente nos bancos. O primeiro dia após o fim da paralisação também foi marcado pela limpeza das vidraças das agências

FOTO: RUI NÓBREGA

Consciente de que a movimentação nas agências de Fortaleza seria intensa nessa terça-feira (7), após o fim da greve dos bancários, a doceira Ana Lúcia Lima da Silva foi a primeira cliente a chegar à Caixa Econômica Federal da Rua Floriano Peixoto, no Centro. Antes das 7 horas, ela já estava no local para resolver um problema do seguro-desemprego, mesmo sabendo que o estabelecimento só abriria às 10 horas.

"Já recebi duas parcelas do meu seguro, que foram depositadas na minha conta dessa agência. A terceira parcela, não sei explicar o motivo, caiu na minha conta de Sobral, cidade onde eu nasci, e não consigo retirar aqui. Estava esperando a greve terminar para resolver o problema. Não tenho como ir até Sobral, pois moro sozinha com um filho cadeirante. Trouxe os meus documentos, tomara que consigam transferir o dinheiro. Estou precisando muito", torcia.

Na agência do Bradesco, na mesma rua, quem também ocupou o primeiro lugar na fila, por volta das 8 horas, foi a técnica em enfermagem Érica de Oliveira. Ela ficou feliz porque os bancos voltaram às atividades ontem. Isso porque, no dia 7 de cada mês, recebe um benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

"Tive sorte. Já estava pensando nas minhas contas se a greve não tivesse terminado, porque só consigo receber o dinheiro na boca do caixa. Dependo desse benefício mensal para pagar água, luz e algumas faturas. Ainda bem que cheguei cedo e vou ser atendida logo. A agência está muito lotada", observou Érica, que aguardava o atendimento com o marido, o auxiliar de manutenção Lucian de Sousa.

Agilidade

No Centro de Fortaleza, apesar do grande número de clientes, o atendimento aconteceu normalmente nas agências de bancos públicos e privados, sem nenhum tumulto. Para agilizar os serviços e evitar superlotação, algumas unidades começaram a atender os idosos ainda às 9 horas, como foi o caso do Banco do Brasil, na Rua Floriano Peixoto.

Lá, as principais demandas dos clientes da terceira idade eram a renovação de senha e o recebimento de cartão. "Meu cartão ainda não chegou, só vai estar disponível na sexta-feira (10). Mas o gerente me atendeu muito bem e me deu uma senha para eu receber a minha aposentadoria", comemorava o aposentado Francisco Alves de Lima.

Limpeza

O primeiro dia após o fim da greve dos bancários no Ceará também foi marcado pela limpeza das vidraças das agências, que estavam cheias dos tradicionais cartazes "estamos em greve". Em diversas instituições, era possível ver trabalhadores de empresas terceirizadas "ralando" para retirar os adesivos.

Com um balde cheio de água, uma espoja e uma espátula, o auxiliar de serviços gerais José Alves limpava, com muito esforço, a entrada de uma agência do Centro. "Há 17 anos, presto serviço e sempre é a mesma coisa quando uma greve chega ao fim. Nosso trabalho é redobrado. Devo levar três horas, em média, para terminar tudo", afirma José, bem-humorado.

Greve continua no BNB

Apesar do fim da greve, os funcionários do Banco do Nordeste (BNB) continuam paralisados. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), Carlos Eduardo Bezerra, o banco ainda não apresentou uma nova proposta e deve solicitar um dissídio coletivo junto ao poder judiciário.

A paralisação dos bancários começou no último dia 30 de setembro em todo o Brasil, e durou cinco dias úteis. No Ceará, em assembleia realizada na segunda-feira (6), a categoria aceitou o reajuste salarial de 8,5%.

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"Meu salário está preso na conta. Não posso sacar no caixa eletrônico, vim ao banco para receber um novo cartão. Só não atrasei as contas porque tinha um dinheiro extra em casa"
Ana Flávia do Nascimento
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Raone Saraiva
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FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE