EFEMÉRIDE
História de Elvis Presley no dia dos seus 80 anos
08.01.2015
Com uma infância repleta de eventos trágicos e um provável futuro como motorista de caminhão, Elvis Presley contrariou o destino, construindo-se ídolo. Se vivo fosse, o Rei do Rock completaria hoje 80 anos
É algo difícil de dizer, dada a intensidade com que Elvis Presley viveu, mas o fato é que se o Rei do Rock "vivo fosse", hoje ele completaria 80 anos. Não há, por mais força que façamos, como afirmar que seu nome é "esquecido". A imagem carregada de ousadia, topete e balanço nos quadris continua muito viva. No entanto, é possível questionar que o visual fincou-se na memória e no presente dos fãs de música, mas já o conhecimento de sua obra musical, nem tanto.
Com exceção, diga-se, de clássicos como "Tutti frutti" e "Love me tender", por exemplo. Elvis morreu cedo, com apenas 42 anos, no dia 16 de agosto de 1977.
Elvis Aaron Presley nasceu no dia 8 de janeiro de 1935, na cidade de Tupelo, estado do Mississipi (EUA). Foi sobrevivente de um parto de gêmeos: seu irmão, Jessie Garon, nasceu morto.
Elvis teve uma criação conservadora e conviveu com eventos trágicos desde cedo: quando tinha apenas um ano de idade, sua cidade foi devastada por um furacão. Em 1948, Elvis e sua família mudaram-se para Memphis (Tennesse), onde o ídolo faleceria quase 30 anos depois. Vivia em condições precárias, trabalhou até como motorista de caminhão, mas paralelamente se desenvolvia musicalmente, explorando vários estilos, do country à música gospel.
Ídolo
Para o pesquisador e músico Márcio Benevides, autor da monografia "A construção do ídolo pop: o caso Elvis" (Comunicação Social/UFC), a imagem do Rei do Rock cristalizou-se também por conta de uma lacuna na produção musical do cantor, como compositor. "Eu era um elvismaníaco até pouco tempo. Consumia tudo, pesquisava tudo. Até onde sei não há sequer um single composto por ele", frisa, enfatizando que Elvis investiu na interpretação e na performance. Márcio situa Elvis como um dos primeiros "olimpianos" do mundo da música.
"Ele era talentoso mesmo, não é qualquer um que tenha aquele vozeirão. Era um tremendo crooner. Até como instrumentista: ele tocava guitarra, baixo, violão, arriscava na bateria. Mas ele aproveitou mesmo a onda do sex appeal. Pouco depois do (Frank) Sinatra ele foi o primeiro 'rock star'. Pelo fato de ser bonitão, fez filmes mesmo sendo um ator tosco; depois o Roberto Carlos tornou-se um arremedo dele aqui no Brasil", define.
Sem criar competição entre a música "versus" a imagem do ídolo, o pesquisador lembra que é um processo "válido" centrar-se na questão performática e sensual.
"No geral, o ídolo é uma figura que exala muita fascinação. A galera que curte a Madonna às vezes não sabe listar o nome de 10 músicas, mas ainda assim é fã", compreende. Em pouco mais de 30 anos de carreira (1954-77), Elvis Presley foi contratado de três gravadoras norte-americanas (Sun Records, RCA e Sony/BMG) e sua trajetória moldou o que significaria ser uma grande estrela da música durante muito tempo.
No entanto, o cantor nunca saiu dos Estados Unidos para fazer turnês na Europa, por exemplo. Elvis manteve em sua personalidade a rigidez da criação no Mississipi, embora fosse bastante receptivo ao patamar de sucesso que alcançou.
Felipe Gurgel
Especial para o Caderno 3
Especial para o Caderno 3
DIÁRIO DO NORDESTE
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