EM AUDIÊNCIA
15h38 | 18.03.2015
"Me perdoem, eu não tenho nenhum problema em pedir perdão para aqueles que não se comportam desta forma", disse Cid.
Atualizada às 18h56
Na tarde desta quarta-feira (18), o ex-ministro da Educação, Cid Gomes, compareceu, mesmo licenciado, a uma audiência no plenário da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos acerca de declarações dadas por ele em Belém, no último dia 27, de que a Casa possui de 300 a 400 parlamentares que "achacam" o governo.
Após ser chamado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, Cid Gomes teve tempo de fala de 30 minutos e começou relembrando sua trajetória política no Ceará, ressaltando ter sido reeleito em primeiro turno quando disputou as eleições pela segunda vez para o cargo de Governador do Estado.
A fala de Cid versou principalmente sobre suas ações como Ministro e sobre a importância da educação para o País. Sobre o objeto da convocação, Cid afirmou que a polêmica declaração em que chama deputados de "achacadores'' não foi feita em local público e que por isso não é motivo de proselitismo.
"Eu não tenho mais idade, eu não tenho o direito de negar a esse tanto tempo de vida pública. Eu não tenho como negar aquilo que falei em um ambiente reservado ", disse Cid. O ex-ministro pediu desculpas aos parlamentares, mas afirmou que a fala não reflete uma posição pública como ministro. "Me perdoem, eu não tenho nenhum problema em pedir perdão para aqueles que não se comportam desta forma", disse Cid.
Cid Gomes, também disse que os parlamentares da base do governo que não votam de acordo com a orientação do Planalto devem “largar o osso” e ir para a oposição. “Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou entãolarguem o osso, saiam do governo”, afirmou.
O ex-governador do Ceará ainda afirmou que teria muito mais prazer de estar na Câmara para falar de programas que já estão sendo implementados pelo Ministério da Educação. Comentando sobre um encontro com estudantes que indagaram sobre os cortes no orçamento para a educação, Cid Gomes afirmou que "só se pode falar em corte quando se tem um orçamento votado", o que ainda não existia.
As declarações do então ministro Cid Gomes geraram protestos em plenário. O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que o ministro “perdeu a condição de exercer o cargo”. “Cobraremos ao governo que diga se permite e orienta os ministros a desrespeitar o Parlamento. Não reconheço a autoridade de vossa excelência para criticar o Parlamento”, declarou. Bruno Araújo (PSDB) disse que pensava que hoje seria uma dia para discutir a vida real do brasileiro e pressionou perguntando “cadê a voz do partido que comanda o País para defender o Ministro da Educação?”.
O líder da Minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), disse há pouco que a presidente Dilma Rousseff precisa esclarecer sua opinião em relação à base aliada do governo na Câmara, depois da fala do ex-ministro da Educação. “Com a palavra, a partir de agora, a presidente da República sobre o que pensa da sua relação com a sua base, que foi acusada pelo ministro da Educação, e com Parlamento brasileiro”, declarou.
Após fala dos deputados, Cid Gomes teve 10 minutos cedidos por Eduardo Cunha para esclarecimentos. O ex-ministro manteve o tom de acusação contra os parlamentares, mas disse que tem "cosideração e respeito" pela Casa. "Há 400, ou 300 deputados para os quais quanto pior melhor. [...] Achacar é criar difoculdade para obter facilidade", afirmou Cid. Sobre ter chamado os deputados de 'achacadores', ele ainda completou: "eu me sinto livre a emitir opinião".
Após ser chamado de 'palhaço' pelo líder do PSD, Sérgio Szveiter, Cid Gomes deixou o Plenário Ulysses Guimarães.
Inicialmente, a audiência com o ministro estava marcada para o dia 11, porém Cid não compareceu por problemas de saúde. Ele foi internado no dia 10 de fevereiro com quadro de febre, associada a dor muscular, cefaleia intensa, tosse e calafrios.
FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE
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