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quinta-feira, 13 de março de 2014

FÓRMULA 1 - Uma nova Experiência em 2014

FÓRMULA 1

Uma nova Experiência em 2014

13.03.2014

Drásticas mudanças prometem fazer o 'Circo' bem mais concorrido neste ano. Será o fim do 'passeio' da Red Bull?


Bahrein
Apontado por especialistas como um dos grandes favoritos ao título em 2014, o britânico Lewis Hamilton "rasga" a pista Sakhir. No Bahrein e em Jerez de La Fronteira, a pré-temporada valeu como corrida
REUTERS
Felipe Massa
Após o vice em 2008 e uma má-fase que dura desde o acidente sofrido em 2009, na Hungria, Felipe Massa tenta renascer para a F1 numa equipe que tem se reestruturado
O fã de automobilismo terá uma nova experiência aos domingos e a responsável por isso será justamente a principal categoria do esporte a motor: a Fórmula 1. Renovada e com drásticas mudanças, o 'Circo' tem início neste fim de semana e já coloca, hoje, a partir das 22h (horário de Brasília, os novíssimos motores V6 turbo, de 1,6 litro para roncar nas ruas de Albert Park, em Melbourne, na Austrália. Nas pistas, a revolução no regulamento promete mudar o cenário de forças e derrubar um certo tetracampeão.
Equilíbrio, incertezas e confiabilidade. Estas três palavras devem tanger o Mundial-2014 da Fórmula 1. A pré-temporada reuniu as equipes para 12 dias de testes, de janeiro até março deste ano, e as sessões evidenciaram mais do que muitos imaginavam anteriormente.
A Mercedes surgiu como a favorita ao título e deve ter em seu encalço as escuderias McLaren, Ferrari, Force India e Williams - não necessariamente nessa ordem. Apenas esses times lideraram sessões em Jerez de La Frontera (Espanha) e em Sakhir (Bahrein).
Na contramão do que se viu nos anos anteriores estão os times que utilizam o motor Renault. O problema nos V6 franceses atingiu em cheio a superpoderosa Red Bull, que pouco conseguiu fazer em Jerez e em Sakhir e se viu comemorando cada uma das raras voltas completadas como se fosse uma vitória - ato com o qual se acostumou desde a última grande mudança de regulamento, na temporada 2009. Junto aos rubro-taurinos, seguem as equipes Caterham, Lotus e Toro Rosso.

Treinos levados a sério
Apesar de deixar algumas incertezas, uma coisa não revela dúvidas, a pré-temporada foi levada muito a sério, superando a descrença de muitos sobre o quanto os testes podem revelar a situação real das escuderias. Compartilham desta visão os jornalistas Américo Teixeira Júnior, do site "Diário Mortosports", e Bruno Vicaria, editor da revista "Car".
"Neste ano é bem mais diferente, estão todos levando os treinos a sério. Tanto que as primeiras etapas devem ser usadas elas equipes para, ainda, tatear terreno. Será uma extensão da pré-temporada", avaliou Vicaria.
"Como todo ano em que há um novo regulamento, a gente pode ter na Austrália e nas primeiras corridas uma situação mais equilibrada. Aqueles que leram o regulamento de forma mais eficiente deve se dar bem no início e terão menos trabalho que as demais, que ainda terão muito a testar", corroborou Teixeira Júnior.
A monotonia, que havia virado quase que um sinônimo de Fórmula 1 para alguns nas últimas temporadas, também deve ficar de fora do Mundial-2014. Como ficou exposto nos treinos preparatórios, cinco times largam na frente em pé de igualdade, além, é claro, da RBR. O desenvolvimento durante a temporada será peça fundamental na conquista do título, e, por isso, nenhuma grande equipe pode ser descartada dessa briga pela glória do título mundial.
"Espero que tenha mais equilíbrio que nos anos anteriores. Tudo indica que podemos ter escuderias de meio de pelotão, como Force India e Sauber, brigando na primeira fila. Também não descarto a Red Bull. Não duvido do gênio Adrian Newey (projetista da RBR)", pontuou Bruno Vicaria.
O jornalista Américo Teixeira Júnior seguiu a mesma linha de pensamento: "acredito em um campeonato muito disputado e com passar do tempo as grandes vão conseguir recuperar. Talvez os times que estão em desvantagem hoje não alcancem o mesmo estágio de superioridade de antes, mas entrarão na disputa".
SAIBA MAIS
Jerez de La Frontera
Durante os quatro últimos dias de janeiro, as equipes de Fórmula 1 colocaram seus carros na pista pela primeira vez em 2014. A primeira sessão foi liderara por Kimi Raikkonen (Ferrari), com 1m27.104s. O segundo dia teve Jenson Button (McLaren) na frente, com 1m24.165s. Companheiro de equipe do inglês, o estreante Kevin Magnussen (McLaren) ficou na ponta do terceiro dia de teste com 1m23.276s. Felipe Massa fechou a primeira parte da pré-temporada na Espanha com 1m28.229s, fazendo o melhor tempo do quarto dia
Sakhir
Pela primeira vez com todas as escuderias na pista, o circo da F1 desembarcou no Bahrein. Sérgio Perez, da Force India, ficou em primeiro por duas vezes, assim como Lewis Hamilton. Magnussen voltou a andar bem com sua McLaren e terminou um dia com a volta mais rápida. O feito foi repetido por Nico Rosberg, da Mercedes, e por Nico Hulkenberg da Force India. Na penúltima das oito sessões em Sakhir, Felipe Massa foi o mais veloz ao marcar1m33.258s. Este foi o melhor tempo da pré-temporada
'Pacotão' muda a cara da categoria
Mudou tudo, ou quase isso. Para se ter uma ideia, o pacote de alterações técnicas e esportivas para a temporada 2014 da Fórmula 1 foi tão grande, que abrangeu motor, freio, aerodinâmica, câmbio, numeração, pneus e prevê até uma corrida com pontuação dobrada. É nesse cenário que os bólidos da categoria largam neste fim semana.
Até o mais desatento dos espectadores da F1 perceberão algumas mudanças. Uma delas será, sem dúvida, a estética dos carros, que tiveram a altura do bico reduzida de 550mm para 185mm. A medida, que gerou uma sensação de estranheza no desenho das máquinas, se deu por questão de segurança, principalmente em caso de colisões em "T". Com a medida, os carros estão sendo apelidados de "Gonzo", personagem dos Muppets.
Ainda na aerodinâmica, as asas traseiras e dianteiras acabaram sendo reduzidas.
Mecânica
Com o objetivo de diminuir em até 35% os consumo de combustível, os motores V8 aspirados de 2,4litrs darão lugar ao V6 turbo de 15 mil RPM e 1,6L. Os propulsores terão o auxílio do ERS, novo sistema de recuperação de energia. O equipamento dará 160 cavalos a mais para o motor durante 33s33 por volta. Os câmbios de sete marchas serão trocados por transmissões com oito velocidades.
Para os pneus, a Pirelli promete introduzir compostos mais resistentes, para evitar o festival de estouros como ocorreu em 2013. Os freios serão eletrônicos, algo que gera descontentamento dos pilotos, que ainda não sabem como o sistema pode reagir de acordo com diferentes tipos de força aplicadas ao pedal de frenagem.
Número e pontos
Como forma de melhorar a identificação dos pilotos com o público, os números, desde 1996 distribuídos conforme a campanha no campeonato do ano anterior, serão fixos durante toda a carreira do atleta. Foram disponibilizados os numerais de 2 a 99. O 1 fica reservado ao campeão, que pode, ou não, utilizá-lo.
Por fim, para dar mais emoção ao término do certame e evitar que um piloto seja campeão com muitas provas de antecedência, a última corrida terá pontuação dobrada. Assim, quem vencer em Abu Dhabi, ganhará 50 pontos e não os 25 dados ao vencedor das demais 18 provas do calendários. No mais, a pontuação segue a mesma das últimas temporadas.
Sonho do ressurgimento no carro branco
Se em 2014 há muita novidade técnica e esportiva, uma outra mudança vem gerando muita expectativa. Após oito temporadas guiando uma Ferrari na Fórmula 1, Felipe Massa terá a missão de ressurgir na categoria por outra equipe: a inglesa Williams. Em seu anúncio de despedida, em setembro de 2013, o brasileiro salientou que deixava Maranello para voltar a sonhar com o título. Meses depois, o vice-campeão mundial de 2008 inicia uma temporada com a expectativa de retomar seu caminho.
Cravar Massa como um dos favoritos ao Mundial pode ser precipitado, mas, com base nos testes de pré-temporada, excluí-lo da disputa pelo título pode ser considerado uma insanidade.
Autor da volta mais rápida nos treinos e sempre entre os três melhores a cada dia, o brasileiro liderou em Jerez de La Frontera e Sakhir, além de estar em um time impulsionado pelos potentes motores Mercedes.
Essas credenciais fazem com que Bruno Vicaria, editor da revista "Car", acredite no bom desempenho do brasileiro.
"De uns tempos para cá, a Williams vinha mendigando dinheiro de pilotos pagantes, mas, desde o ano passado parece ter mudado de consciência, mostrando que queria voltar. As medidas foram acertadas: contrataram um piloto, equipe técnica, firmaram acordos e mudaram de postura. Isso, somado ao bom desenvolvimento do carro que a equipe costuma ter, dá boas esperanças para Felipe, que não deve ser descartado", analisa.
O bom início da Williams também é alvo de elogios de Américo Teixeira Júnior, do site "Diário Motorsport". Contudo, o jornalista não crê que Massa tenha condições de brigar na frente do grid durante o ano todo.
"A grande interrogação é a confiabilidade dos carros. No caso da Williams, há grande capacidade de investimento e também tem o Felipe em um momento muito especial. Ele está apto para mostrar o que sabe e a união dos dois é um casamento perfeito. Entretanto, o salto da Williams se dá do fundo do grid, posição a que se acostumou a ocupar, para lutar do meio para a frente. Não há milagre na Fórmula 1", adverte Teixeira.
Jejum
Vivendo um jejum de 17 anos longe do título, a Williams mudou desde que Claire Williams, filha de Frank Williams, fundador da equipe, assumiu a função de chefe-adjunta da escuderia. A contratação do projetista Pat Symonds e de Rob Smedley, antigo engenheiro de Massa, também dão força à equipe.
Eduardo Buchholz
Repórter
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FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE

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