DÚVIDA DO MOMENTO
Hora de tirar o pé?
05.06.2014
Amistosos passam a ser questionados após corte de 32 atletas das seleções da Copa por conta de contusões
A uma semana do início da Copa do Mundo no Brasil, a mesma pergunta martela a cabeça de torcedores, jornalistas e comissões técnicas de todas as seleções envolvidas com a competição. "E se alguém se machucar em um desses amistosos?"
A preocupação não é à toa. As contusões têm sido o maior inimigo dos craques desde quando foram conhecidos todos os selecionados que estarão no Brasil a partir do dia 12 de junho. Até hoje, 32 jogadores de 15 seleções já foram cortados, o equivalente a três times completos de futebol. Praticamente um de cada dois países participantes apresenta esse tipo de problema.
Diferentemente do histórico da Seleção Brasileira antes das Copas; para este Mundial, a Canarinho, até agora, não sofreu com cortes de última hora. Porém, em entrevistas concedidas nos último dias, jogadores como por exemplo o lateral-esquerdo Maxwell já admitiram o receio de se machucarem.
Sem medo
Na vitória de 4 a 0 no amistoso contra o Panamá, na última terça-feira, em Goiânia (GO), contudo, ficou evidente que os atletas brasileiros não se intimidaram nas jogadas, tampouco demonstraram medo de saírem de campo lesionados. Comportamento parecido tem sido apresentado nos treinamentos na Granja Comary, em Teresópolis, onde a equipe está concentrada.
Os adversários do Brasil no Grupo A da competição não podem dizer o mesmo. A Croácia, primeira adversária dos donos da casa, é mais prejudicada até agora, com cinco desfalques: Ivo Ilicevic, Ivan Strinic, Mate Males, Niko Kranjcar e Badelj nem desembarcaram com o time nesta semana, em Salvador (BA).
O México tem duas ausências certas. Os atletas Juan Carlos Medina --e Luis Montes. Este fraturou a perna após dividir a bola com o equatoriano Castillo em um desses amistosos pré-copa. Para o editor do blog Diário na Copa, Gustavo de Negreiros, os riscos de lesões são inerentes aos treinos e jogos preparatórios. "Boa parte das lesões foram adquiridas durante a temporada. Lógico que existe o risco, mas as seleções precisam dos amistosos para afinar os detalhes para o Mundial. Poupar um jogador ou outro por medo é natural, caso o atleta não esteja 100%. Mas, no geral, essa prudência pode ser prejudicial à preparação das equipes, principalmente àquelas que não estão totalmente entrosadas", acredita o jornalista.
Sobrecarga
Para o ortopedista e integrante da equipe médica da Seleção Brasileira, Luiz Alberto Rosan, o que pode aumentar as chances de lesões não são as partidas amistosas, e sim a grande sobrecarga de exercício a qual esses atletas são submetidos. "O corpo não tem tempo suficiente para se recuperar, ficando mais suscetível aos impactos e outros pequenos acidentes. Muitos se machucam até durante os treinos", explica.
Para auxiliar no tratamento dos jogadores brasileiros, o ortopedista da Seleção vai utilizar o primeiro aparelho portátil de correntes de neuroestimulação elétrica transcutânea chamado Tanyx. O intuito é acelerar a recuperação de pequenas lesões que vierem a acontecer. "O principal objetivo é amenizar dores e também contribuir para tratamento em terapias combinadas", acrescenta Rosan.
SAIBA MAIS
32 não virão ao Brasil
Ilicevic, Strinic, Males, Kranjcar e Badelj (Croácia); Benteke e Casteels (Bélgica); Montolivo (Itália); Saborio e Oviedo (Costa Rica); Luis Montes e Medina (México); Bender, Gundogan e Badstuber (Alemanha); Thiago Alcântara e Valdés (Espanha); Townsend, Jay Rodriguez e Walcott (Inglaterra); Falcao García, Medina e Valencia (Colômbia); Bruma e Sílvio (Portugal); Bolton Holden (EUA); Akaminko (Gana); Kruse (Austrália); Van der Vaart, Willems e Strootman (Holanda); Mandanda (França)
Estrelas são dúvidas
Cristiano Ronaldo, de Portugal; Diego Costa, da Espanha; e Franck Ribéry, da França, ainda são dúvidas pois estão se recuperando de lesões
Ilo Santiago Jr.
Subeditor
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