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terça-feira, 22 de julho de 2014

Sina dos que voltam

SORTE E AZAR

Sina dos que voltam

22.07.2014

De volta à Seleção, Dunga terá de mudar o mau retrospecto dos treinadores que reassumem o cargo


dunga
Dunga comandou a Seleção de 2006 a 2010, quando acabou caindo após a eliminação do time para a Holanda nas quartas de final do Mundial da África do Sul. Hoje, é o nome escolhido pela CBF para assumir até a Rússia em 2018
felipao
Luiz Felipe Scolari encerrou sua primeira passagem pela equipe nacional da maneira mais positiva, ajudando o time a conquistar o quinto título mundial da história. Em 2014, sua segunda vez na Seleção acabou de forma melancólica
FOTOS: REUTERS
Com tudo certo para assumir novamente o cargo de técnico da Seleção Brasileira, Dunga vai enfrentar uma sina negativa no seu retorno ao time. O Brasil nunca teve sorte com treinadores que dirigiram a equipe numa Copa e depois voltaram para a Seleção para disputar outro Mundial.

Dunga, que caiu nas quartas de final com a Seleção em 2010, na África do Sul, ao perder para a Holanda, será apresentado nesta terça-feira para tentar levar a equipe à Rússia em 2018.

A sina negativa começa com Vicente Feola, treinador do primeiro título mundial da Seleção, em 1958, na Suécia. Depois de ver Aymoré Moreira conduzir a Seleção ao bi em 1962, no Chile, Feola voltou a comandar a equipe na Copa de 1966, na Inglaterra. Mas naufragou. Em três jogos, somou uma vitória e duas derrotas e caiu na primeira fase.

Zagallo, por sua vez, triunfou em 1970, no tricampeonato conquistado no México. Mas, depois, fracassou em duas Copas. Em 1974, na Alemanha, ficou com o quarto lugar do torneio. Em 1998, Zagallo liderou a Seleção até a final, mas caiu diante da França, por 3 a 0.

Já Telê Santana não conseguiu dar um título de Copa ao Brasil em nenhuma das suas duas passagens pela equipe nacional. Em 1982, ele comandou uma seleção que dava espetáculo e ficou na história pelo jogo bonito, mas sem o mais importante: a taça.

Na Copa da Espanha, o Brasil foi eliminado na segunda fase ao perder por 3 a 2 para a Itália. Em 1986, no México, a Seleção, novamente comandada por Telê, parou nas quartas ao ser derrotada pela França, nos pênaltis.

No Mundial de 1994, nos Estados Unidos, a Seleção esteve nas mãos de Carlos Alberto Parreira. E com uma vitória nos pênaltis sobre a Itália, na final, voltou a levantar a taça depois de 24 anos. Mas o sucesso de Parreira parou por aí.



Em 2006, ele voltou ao comando da Seleção, que não obteve o mesmo desempenho. O Brasil caiu nas quartas ao perder para a França, por 1 a 0. Como se não bastasse, Parreira ainda foi o coordenador técnico de Luiz Felipe Scolari na Copa de 2014.

Felipão, aliás, é o último técnico a cair nesta sina negativa. O treinador trouxe o pentacampeonato para o Brasil em 2002, no Mundial que foi disputado no Japão e na Coreia do Sul. Mas, na Copa em casa, passou pelo vexame de tomar uma goleada por 7 a 1 da Alemanha na semifinal. O fiasco terminou com um 3 a 0 para a Holanda na disputa do terceiro lugar.

Camisa não resolve

Em entrevista à agência alemã de notícias DPA e publicada no site oficial do treinador no dia 1º de julho, pouco antes do início da segunda fase da Copa do Mundo no Brasil, Dunga falou sobre as mudanças no futebol mundial nos últimos anos.

“Passou o tempo em que um jogador da Costa Rica olhava para um jogador da Argentina ou do Brasil e admirava sua camisa. Hoje em dia, eles saem para ganhar”, disse Dunga.

Para ele, as grandes seleções não vão mais vencer seus jogos apenas com o peso simbólico de suas camisas. “As equipes que não se prepararem adequadamente vão encontrar dificuldades. O intercâmbio de jogadores e treinadores de país para país significa que todas as equipes estão bem preparadas”.

O treinador também criticou seleções que dependem exclusivamente de um jogador. “As equipes precisam de estrelas para ganhar jogos, mas as estrelas precisam das equipes para apoiá-las. Para ganhar a Copa, você precisa de uma equipe adequada. Sem isso, será difícil”.

‘Não sei de nada’, diz Dunga

Na véspera do anúncio oficial do novo técnico da Seleção, Dunga não quis falar sobre a possibilidade de retornar ao cargo.

Na tarde de ontem, o capitão do tetra deixou a sua residência em Porto Alegre, a pé, quando foi abordado por repórteres. Entretanto, o treinador preferiu não dar pistas sobre a contratação da CBF. “Não sei de nada. Vocês é que falam”, respondeu Dunga, segundo o jornal gaúcho “Zero Hora”.

Seu nome ganhou força na CBF após Gilmar Rinaldi ser contratado como coordenador da Seleção, na terça, 15. No dia seguinte, as negociações com a cúpula da CBF tiveram início.

O acerto foi concretizado no fim de semana, em São Paulo, onde Dunga se reuniu pelo menos duas vezes com o presidente da CBF, José Maria Marin, e seu sucessor, Marco Polo Del Nero.

Dunga deve ser anunciado em entrevista coletiva de Marin, marcada para as 11h de hoje, na sede da entidade, no Rio.
 
 
ss



FONTE:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/jogada/sina-dos-que-voltam-1.1062878

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