Quando abriram a geladeira, deixaram cair um saco de leite, que sujou a cozinha inteira, e as duas riram muito, mas foram logo pegar um pano de chão e tratar de deixar tudo bem limpo, mas mesmo assim Leonor (mãe de Aline e Beatriz) ficou muito irritada, pois gostava de manter o apartamento sempre muito arrumado, tinha uma ajudante com carteira assinada e era muito eficiente, mas naquela hora, já havia cumprido seu dia de trabalho e estava a caminho de sua casa.
As gargalhadas não paravam e “Marcos”, pai de Aline e Beatriz, que ainda eram adolescentes, acabou entrando no clima, e os três fizeram uma bagunça generalizada, pois não limparam nada direito, e só sabiam rir muito.
Leonor, ela os observava muito impaciente, estava totalmente transtornada com a situação, pois o marido não a apoiava e só sabia rir e tentar ajudar as filhas, mas o chão estava todo melado e sujo.
As meninas iam à costureira com o pai, para arrumarem algumas peças que precisavam de ajustes, e como era em outro bairro, seria necessário que o pai as levasse de carro, pois moravam em uma capital, onde tudo é mais difícil e a distância entre os bairros é grande!
Saíram pela porta dos fundos e foram pegar o elevador de serviço, eles ainda riam muito e comentavam sobre a fisionomia de Leonor, muito brava e enfurecida com a sujeira deixada por eles.
Quando voltaram poucas horas após o incidente, entraram pela porta da cozinha e chamaram por Leonor, mas ninguém respondeu, acharam estranhos, mas pensaram que talvez estivesse dormindo.
-Mamãe, mamãe!
-Mamãe,mamãe!
Quando olharam atentas, viram um bilhete na mesa da cozinha. Aline não entendeu bem o que era exatamente aquela mensagem, então foram para o corredor, e na mesinha que ficava o telefone... Mais um bilhete, as duas se assustaram e quando leram , percebeu que era uma despedida; uma declaração de que nunca representou nada na vida para elas, e que não era importante para ninguém na família!
Correram para o quarto da mãe, quando a vistos estirados na cama, imóvel e pálida. Imediatamente chamaram o pai, pois ele estava na garagem aguardando Leonor para irem visitar alguns parentes dele. Marcos subiu e quando a olhou na cama, não conseguiu chegar perto, Aline a tocou para ver se estava “fria”, mas percebeu que ainda havia vida! Ao lado da cama um copo com whisky e um envelope com “Mandrix”, comprimido psicotrópico, percebemos a falta de alguns e nesse exato momento, Beatriz pegou o catálogo telefônico e telefonou para um hospital particular, solicitando ajuda urgente.
As duas arrumaram uma malinha para a mãe com pijamas e peças íntimas, mas choravam muito, era muito difícil entender o que se passava com Leonor, pois quando somos jovens queremos pais saudáveis, que possam nos amparar nas nossas dificuldades existenciais.
Em poucos minutos a ambulância chegou com alguns médicos e enfermeiros, e Leonor foi levada a um hospital psiquiátrico, onde ficou por quinze dias, e foi sempre muito clara nas suas declarações:
- Desta vez não fiz direito, mas vou tentar outras vezes.
Aline era a mais nova, e ficou muito assustada com as palavras da mãe, mas quando ela retornou do hospital, a vida seguiu assim como as águas dos rios...
FONTE:
http://www.elianedelacerda.com/2014/07/uma-explosao-de-sentimentos.html?showComment=1404757557393#c6805415929155947180
2 comentários:
Mana Eliane, vim lhe dar os parabéns por seu trabalho e convidá-la a acessar minha página de divulgação, eis o endereço → http://www.facebook.com/SavioChristiDesenhistaDivulgacao.
Bom, abraços e até mais então!
Bem, eu gosto bastante!
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