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sábado, 11 de outubro de 2014

Equipe se recusa a limpar ambulância que levou suspeito de ter ebola

10/10/2014 12h39 - Atualizado em 10/10/2014 19h34

Equipe se recusa a limpar ambulância que levou suspeito de ter ebola

Mulher diz que militares não foram treinados e não têm equipamento especial.
Em nota, o Corpo de Bombeiros disse que a denúncia não procede.

Janaína CarvalhoDo G1 Rio
 O missionário de 47 anos chegou em uma ambulância do SAMU vindo da Base Aérea do Galeão  (Foto: Fábio Tito/G1)O missionário de 47 anos chegou em ambulância do SAMU da Base Aérea do Galeão (Foto: Fábio Motta/G1)
Bombeiros do quartel do Corpo de Bombeiros da Penha, no Subúrbio do Rio, ficaram assustados na manhã desta sexta-feira (10) quando receberam a ordem para limpar a ambulância que transportou o paciente com suspeita de ebola da base aérea do Galeão para a Fiocruz. Após deixar o africano Souleymane Bah, de 47 anos, no pátio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a viatura foi levada para o quartel e os bombeiros designados para a tarefa se recusaram a entrar na ambulância.
Após deixar a África, paciente passou por duas cidades do Paraná (Foto: Reprodução / Globo)Após deixar a África, paciente passou por duas
cidades do Paraná (Foto: Reprodução / Globo)
“Tem uma equipe que é designada para fazer a desinfecção das ambulâncias do Samu quando elas chegam no quartel. Quando essa ambulância chegou lá ficou todo mundo surpreso e revoltado. Ninguém tinha sido preparado ou submetido a treinamento para fazer essa limpeza. Os bombeiros se recusaram”, afirmou a esposa de um bombeiro que trabalha no quartel, mas que não quis se identificar.
Em nota, o Corpo de Bombeiros disse que a denúncia não procede. "A viatura utilizada no transporte do paciente fica baseada no Grupamento de Operações com Produtos Perigosos (GOPP), em Duque de Caxias, atuando exclusivamente para essa destinação e sendo tripulada por uma equipe altamente capacitada para lidar com casos como o de hoje. A remoção do material utilizado, bem como a limpeza química, foram feitas por esses mesmos militares e os resíduos foram devidamente encaminhados para a Fiocruz para incineração."
De acordo com a mulher que fez a denúncia, os dois militares designados para fazer esse trabalho não tinham roupas específicas para realizar o procedimento e no momento que a ambulância chegou ao quartel cerca de 80 bombeiros e funcionários da unidade estavam no local. “Fiquei muito preocupada, queria que ele saísse de lá na mesma hora. Esse vírus ainda é muito desconhecido. Pode ser que esse caso não seja confirmado, mas pode haver outro e o Brasil não está preparado para lidar com isso, ao contrário do que disseram hoje na televisão”, criticou a mulher.
Infográfico sobre ebola, V6 (Foto: Infográfico/G1)
Após a recusa da equipe que faz a limpeza das ambulâncias normais, uma equipe do grupamento de operações com produtos perigosos, do próprio Corpo de Bombeiros, foi para fazer a desinfecção do veículo. “A dúvida, a revolta é porque não reservaram um lugar na própria Fiocruz para fazer essa limpeza lá mesmo. Sei que a profissão dele é arriscada, mas o trabalho dele é o que ele faz com orgulho e amor. Meu receio é pelo despreparo do governo, deixando essas
pessoas e suas famílias tão vulneráveis”, disse a mulher de um militar do quartel da Penha, destacando que por volta das 12h a viatura já havia passado pela limpeza e deixado o local.
Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, a ambulância é previamente envelopada (seu interior é coberto por plástico, para que não haja contato dos instrumentos com o paciente). Durante o transporte, tanto o paciente quanto a equipe médica utilizam equipamentos de proteção (macacão de tyvek, protetor facial, bota, luvas, entre outros). Após o transporte, o plástico é removido e é feita limpeza com solução química na viatura. Esse material e refugos de limpeza são, então, incinerados. Ainda de acordo com a assessoria, o material descartável  serão incinerados.
Resultado em 24 horas
O africano Souleymane Bah, que está com suspeita de ebola, chegou por volta das 6h30 desta sexta-feira (10) na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Ele está recebendo os atendimentos básicos, como a medição de temperatura e pressão, e está sob isolamento. Os médicos do instituto devem colher uma amostra de sangue ainda na manhã desta sexta para realizar testes que devem comprovar  se o africano possui ou não a doença. O resultado do exame fica pronto em até 24 horas.
A amostra colhida será enviada para teste no Instituto Evandro Chagas de Belém, no Pará. Segundo assessoria, a Fiocruz é referência somente no atendimento a doenças infecciosas. Souleymane, de 47 anos, é de Guiné, na África Ocidental, e até quinta-feira (9) estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) II, no bairro Brasília, em Cascavel, no oeste do Paraná.
O africano veio para o Brasil na condição de refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, ele pode permanecer no país até o dia 22 de setembro de 2015.
(Abaixo, o infectologista Luiz Carlos Pereira Junior, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, esclarece dúvidas sobre o ebola no Jornal Hoje.)


FONTE: G1

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