Marjorie Estiano no papel de Cora: com potencial. |
Bons tempos aqueles em que as vilãs morriam após se jogar de pontes gigantescas, na última e prodigiosa cena da novela
- Angieli Maros, repórter do Caderno G.
Apesar de segurar consistentemente o Ibope da Rede Globo, a novela Império vem se afundando cada vez mais na incoerência de sua trama.
O que parece ser falta de fôlego para terminar uma das produções do horário nobre mais assistidas dos últimos tempos – já que segue um conjunto de novelas desestimulantes na faixa das nove horas – fez da morte de Cora (em capítulo exibido na noite da última segunda-feira), a confusa personagem da obra, um momento tão apático quanto as cenas de merchandising que pipocam em alguns capítulos.
Tudo bem. Todos já sabiam que esse seria o fim da vilã que causou uma reviravolta na trama ao aparecer 20 anos mais nova da noite para o dia. Com a saída instantânea, e compreensível, de Drica Moraes, a nova Cora, muito bem interpretada por Marjorie Estiano, tinha potencial e não foi bem explorada. Nem mesmo o tempo e as vítimas cruelmente assassinadas pela personagem ajudaram a atrair os telespectadores.
Mas a questão é que, para uma reta final de novela, não há nada mais aborrecido que ver a vilã morrer num quarto frio e escuro de hospital (aliás, porque nas novelas sempre quando pessoas morrem o quarto está numa penumbra completa?).
Foi assim e pronto. Depois de imaginar a tão sonhada noite de amor com José Alfredo, o sinal uníssono da máquina avisa a todos os envolvidos que naquele corpo já não bate mais um coração.
No espaço de um intervalo, Cora foi parar embaixo da terra. Bons tempos aqueles em que as vilãs morriam após se jogar de pontes gigantescas, na última e prodigiosa cena da novela.
FONTE:
GAZETA DO POVO
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