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domingo, 19 de outubro de 2014

Vitória na luta contra o câncer causa transformação na vida de pacientes

SUPERAÇÃO

Vitória na luta contra o câncer causa transformação na vida de pacientes

19.10.2014

O apoio da família e o pensamento positivo são alguns dos fatores que ajudam na cura dessa enfermidade

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Ítalo Almeida descobriu um câncer em 2004 e precisou amputar uma perna. Hoje, após ter vencido a doença, ele diz que valoriza mais a vida
FOTO: ÉRIKA FONSECA
A batalha contra o câncer é uma das mais difíceis que alguém pode enfrentar. É uma luta contra o próprio corpo e muitas vezes o tratamento é longo e deixa o organismo debilitado. Aqueles que conseguem superar a doença criam uma visão diferente da vida, pois descobrem na pele que ninguém sabe o que poderá acontecer amanhã e, por isso, tentam aproveitar ao máximo cada minuto dos seus dias.
Em 2004, o jovem Ítalo Almeida de Moura, 24 anos, notou um inchaço no joelho. Sua família logo o levou ao hospital, onde foi feito o Raio-x e encontrado o motivo da dilatação: um tumor no fêmur. "Reagi normal à notícia, já que na época eu não conhecia direito o que era câncer. Já a minha família sofreu demais", conta, hoje, o microempresário.
Sua mãe ainda guarda o prontuário que comprova a realização dos 20 ciclos de quimioterapia. Em cada um desses ciclos eram feitas de três a cinco sessões do tratamento para combater o tumor osteosarcoma. "Tive várias reações alérgicas, meus cabelos caíram com menos de 15 dias e perto do fim do tratamento meus rins pararam de funcionar", disse.

Após o tratamento, foi necessária uma cirurgia para retirar o tumor, em 2006. Contudo, o abcesso havia envolvido na artéria, sendo necessário a amputação. "Quando acordei e vi que a perna tinha sido amputada, dei graças a Deus. Não aguentava mais o sofrimento", lembra.
O microempresário admite que sua vida mudou bastante desde que conseguiu a cura. Principalmente porque, agora, ele tenta valorizar mais tudo que acontece no seu dia a dia. "Tento viver a minha vida o máximo possível", relata.
Positividade
Foram cinco meses sentindo dores nas pernas e nas costas até que uma ressonância magnética mostrou à contadora Thâmara Aragão Teixeira que ela estava com linfoma agressivo. A demora no diagnóstico fez com que o câncer se espalhasse para os ossos e pâncreas. A primeira reação foi de muita tristeza e lágrimas, mas ela logo percebeu que a positividade seria essencial para sua recuperação.
"Encarei a doença muito bem, pois já estava sentindo muita dor e não aguentava mais aquilo. A quimioterapia deixa a gente muito mal, mole e com o corpo bem debilitado. Mas, como o foco era ficar boa, nada de ruim conseguia me abalar", explicou a contadora.
Passados cinco anos desde o diagnóstico e tratamento, Thâmara acredita que tenha mudado. Agora ela sempre tenta mostrar às pessoas o quanto gosta delas e também presta mais atenção naqueles que a admiram. "Pude ver como a vida é frágil. Hoje, não tenho vergonha de dizer que amo alguém".
O Linfoma de Hodgkin atacou o fígado de Telmo de Lima, em 1993, quando ele tinha apenas 9 anos. Além do forte tratamento, ele teve que enfrentar a ausência da família. Isso acabou fazendo com que o pequeno se aproximasse ainda mais da equipe da Associação Peter Pan.
Por isso, hoje, Lima é, com muito orgulho, auxiliar operacional da entidade. "Aproveito que trabalho na Peter Pan para sempre passar as minhas experiências para os pacientes que chegam aqui. Explico a eles como é possível vencer o câncer".
Devido à enfermidade, o auxiliar operacional se tornou mais cuidadoso com a saúde, tanto que nunca fumou e nem bebeu. "Aprendi que devemos sempre andar com a cabeça erguida. Por maior que seja o problema não podemos abaixá-la".
Medo
Enfrentar o câncer é difícil para o paciente e sua família, ressaltou o mastologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Francisco Pimentel. Além do medo de não sobreviver, outros problemas são as diversas alterações no dia a dia. "As mulheres diagnosticadas com câncer de mama, por exemplo, são obrigadas a parar suas vidas por cerca de oito meses. Após o tratamento, elas temem sair de casa e pegar infecções", completou.
Para a pediatra oncologista do Hospital Albert Sabin, Nádia Trompieri, superar a enfermidade é complicado devido à dificuldade de aceitar o diagnóstico, o longo tratamento, a mudança de rotina e separação da família.
No entanto, depois que se vence a patologia, os familiares se unem ainda mais, frisou Nádia. "Muitos ficam em contato e voltam ao hospital como voluntários", afirmou a profissional.
Diagnóstico precoce é fundamental
O rápido diagnóstico e um tratamento local e sistemático são importantes para a cura do câncer. Devido à rapidez, uma mulher com câncer de mama pode preservar o seio e uma criança poderá ficar com menos ou nenhuma sequela se a patologia puder ser tratada o quanto antes.
Segundo a pediatra oncologista do Hospital Albert Sabin, Nádia Trompieri, a parte mais importante do tratamento desse tipo de patologia é um rápido diagnóstico. Dessa forma, toda a intervenção será mais efetiva e o paciente provavelmente terá menos sequelas.
Isso acontece porque o tempo de medicação será menor e, além disso, haverá grandes possibilidades de uma cirurgia não ser necessária, frisou a pediatra oncologista. "A leucemia, por exemplo, tem 80% de chance de cura se o diagnóstico for realizado prematuramente", destacou.
Entre as crianças e adolescentes, explicou Nádia, os casos mais comuns são leucemia e linfoma. No primeiro, os sintomas mais frequentes são febre, dor no corpo e sangramento na boca. Já no linfoma os sintomas variam entre febre, fadiga, sudorese noturna, perda de peso e também prurido.
O mastologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Francisco Pimentel, ressalta que se o câncer de mama for descoberto precocemente existem grandes chances do seio ser preservado. Nos Estados Unidos, por exemplo, 82% das mulheres não retiram a mama durante o tratamento. "Dessa forma, diminui bastante o impacto da doença sobre as pacientes", avalia.
Ele ainda comentou que a diferença é grande entre aquelas atendidas por planos de saúde, onde rapidamente descobrem a enfermidade, e as do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem menos acesso à mamografia.
"Muitas pacientes provenientes do SUS aparecem com um câncer muito avançado devido ao diagnostico tardio. Por isso, a taxa de mortalidade acaba sendo maior", disse Pimentel.
Entre os principais tratamentos, estão a quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea e a cirurgia. Na quimioterapia, os medicamentos aplicados, em sua maioria, na veia e misturam com o sangue, são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo restante do corpo dos pacientes.
Já na radioterapia são usadas radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas, e durante a aplicação o paciente não sente nada. Esse tipo de intervenção pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou qualquer outros tipos de recursos no tratamento dos tumores.
O transplante de medula óssea é um tratamento para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue. Essa intervenção consiste na substituição de uma medula óssea que estava doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea. Neste caso, o objetivo será uma reconstituição de uma nova medula.
Outubro Rosa incentiva os cuidados  com a mama
Durante todo o mês, estão sendo realizadas ações de conscientização para o diagnóstico precoce e os riscos do câncer de mama por conta da campanha mundial de luta contra essa doença: o Outubro Rosa. O grande desafio no combate à enfermidade é fazer com que as mulheres, sobretudo as que tem idade acima de 50 anos, façam os exames de rotina
O evento de maior destaque durante o mês é a VI Caminhada Rosa, que acontece hoje, às 7h, na Avenida Beira-Mar. A expectativa é reunir 5 mil pessoas, entre elas, 500 mulheres que venceram a doença.
Bicicletada
No dia 28, haverá a tradicional bicicletada, que sairá do Fórum Clovis Beviláqua, e reunirá cerca de 300 ciclistas. O objetivo é incentivar a atividade física como fator preponderante para evitar o aparecimento do câncer. O Piquenique Rosa, aconteceu no último dia 11, no Passeio Público com a banda Damas Cortejam. Além disso, palestras acontecem durante o mês inteiro.
Já no próximo mês, o foco são os homens, com a realização do Novembro Azul. A campanha de conscientização tem como objetivo alertar, não apenas eles, mas a sociedade em geral, sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, além de outras doenças que atingem este público.
Saiba mais
Hospitais de referência
1. Hospital Infantil Albert Sabin, Rua Tertuliano Sales, 544 - Vila União. Tel: 3101-4200
2. Hospital Universitário Walter Cantídio, Rua Capitão Francisco Pedro, 1290, Rodolfo Teófilo. Tel: 3366-8167
3. Instituto de Câncer do Ceará, Rua Papi Júnior, 1222, Rodolfo Teófilo. Tel: 3288-4400
4. Santa Casa de Misericórdia, Rua Barão do Rio Branco, 20. Tel: 3455-9100
5. Hospital Cura D'ars, Rua Costa Barros, 833, Centro. Tel: 3464-7000
6. Hospital Geral de Fortaleza, Rua Ávila Goulart, 900, Papicu. Tel: 3101-3209
7. Hospital Distrital Dr. Fernandes Távora, Av. Francisco Sá, 5445, Floresta. Tel: 3228-2555
8.Centro Regional Integrado de Oncologia, Rua Francisco Calaça, 1300, Álvaro Weyne. Tel: 3251-1515
Thiago Rocha
Repórter
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FONTE: DN

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