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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Falta de vaga para estacionar motiva infrações no Centro

TRÂNSITO

Sem ações específicas voltadas para motos, condutores acabam parando o veículo em qualquer lugar

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A reportagem flagrou, na manhã de ontem, diversas situações de desrespeito ao Código de Trânsito Brasileiro no Centro, como estacionar em cima de praças e calçadas ou ocupar vagas destinadas a deficientes físicos e idosos
FOTO: JOSÉ LEOMAR
O desafio de encontrar uma vaga para estacionar no Centro de Fortaleza tem se tornado maior a cada dia. O número de espaços apropriados para a permanência de veículos não acompanhou o aumento da frota e, como consequência, banalizaram-se os atos de desrespeitos às normas de trânsito. Se o problema já existe, o número de motocicletas em crescimento constante, total de 243,2 mil em circulação de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), piora ainda mais a situação.
Das 22.512 infrações lavradas em 2014 por meio da Operação Tolerância Zero, 1.103 casos resultaram em veículos apreendidos por estacionamento em local proibido somente no Centro, o que corresponde a 53% do total (2.089).
O déficit de vagas atinge tanto a condutores de carros quanto de motocicletas, mas, sem ações específicas voltadas para este modal de duas rodas, a falta de ordenamento segue e os condutores, mesmo passíveis de multas, acabam estacionando seus veículos em qualquer lugar.

Apenas na manhã de ontem, a reportagem do Diário do Nordeste flagrou diversas situações de desrespeito ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) no Centro, como estacionar em cima de praças e calçadas ou a ocupação de vagas destinadas a deficientes físicos, idosos e veículos de transporte de valores.
Na Rua Barão do Rio Branco, por exemplo, é comum encontrar motos estacionadas na margem esquerda da via, tomando espaço de uma faixa que seria para a circulação. "Onde tem quatro vagas, se colocam dez motos. A falta é muito grande. Pagamos altos impostos para manter o veículo, mas temos que brigar por uma vaga", queixou-se o segurança Pedro Henrique, que admitiu já ter sido multado por deixar a moto em local indevido.
Em determinados pontos, como na Rua Perboyre e Silva, em frente à Praça dos Voluntários, uma extensa fila de motocicletas estacionadas impede a passagem dos pedestres que precisam atravessar a rua. Também há motos deixadas sob a praça, além de carros parados em fila dupla ao longo da Rua General Bezerril. "Toda vida que venho ao Centro, tenho essa dificuldade para estacionar. Tem que ficar aqui, esperando até que apareça uma vaga", comentou o vendedor Felipe Ferreira.
Segundo o guardador de motos Nelson Ferreira, é comum veículos ficarem em fila de espera aguardando que os espaços sejam desocupados. "Faz 40 anos que trabalho aqui, mas é um sufoco organizar. A moto particular não tem vez no Centro, somente os mototáxis", disse.
De acordo com dados da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), 1.618 multas foram aplicadas, entre os meses de outubro e novembro de 2014, somente por estacionamento em local proibido.
Fiscalização
Para fazer valer as leis de trânsito, o chefe de planejamento da AMC, Leandro Rocha, explicou que dez agentes de trânsito realizam a fiscalização no Centro no mês de janeiro, sendo duas duplas em motocicletas e o restante em três viaturas. Nas demais épocas do ano, o número de profissionais nas ruas é reduzido.
Rocha aconselha os frequentadores do bairro a chegarem com antecedência ao local, para que a pressa não seja a motivadora do desrespeito às normas de trânsito.
"É bom, também, procurar ir de transporte público ao Centro. A região é bem servida de ônibus, com linhas que vão para toda a cidade", salientou.
Ainda conforme o chefe de planejamento da Autarquia Municipal de Trânsito, a população pode entrar em contato com o órgão para solicitar a implantação de estacionamentos apropriados em qualquer ponto da cidade.
"Os usuários podem dirigir-se à sede da AMC para fazer a solicitação. Em seguida, a Divisão de Engenharia faz um estudo na região, para ver se tem real necessidade da intervenção e analisa a possibilidade de realizar o projeto", finalizou.
FONTE:
DN

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