A hora do lanche

22.02.2015

As aulas já começaram, mas ainda dá tempo de rever a qualidade do lanchinho do seu filho, seja ele produzido em casa, na escola ou ofertado nas cantinas

Na Escola Waldorf Micael crianças preparam o pão

FOTOS: FABIANE DE PAULA

Suco de acerola natural acompanhado de sanduíche de pão integral e uma tangerina. Essa é uma das sugestões da nutricionista Eldivane Nobre de Lima, responsável pelo cardápio escolar do Colégio Antares

FOTO: KID JÚNIOR

Cardápio para vegetarianos ou veganos. Frutas orgânicas, sucos naturais, pães e biscoitos integrais. Opções não faltam para proporcionar às crianças uma alimentação saudável. Resta saber se os pais e as escolas estão preparados para enfrentar os apelos da indústria alimentícia.

> Educação alimentar  é a base de tudo

Por meio de programas de educação alimentar, três escolas revelam algumas práticas adotadas para despertar nos pequenos o interesse por alimentos com o mínimo ou sem nenhuma adição química. Para que os resultados sejam positivos, a família também precisa fazer a sua parte no processo de educação.

"Costumo dizer que a educação alimentar inicia-se no berço. Desde os primeiros contatos com o leite materno e, em seguida, na introdução dos novos alimentos, o bebê vai estabelecendo um vínculo com o ato de alimentar-se que não se restringe apenas ao paladar", explica a nutricionista e especialista em saúde pública, Eldivane Nobre de Lima. Ela coordena o Projeto de Educação Alimentar em duas escolas, o Colégio Antares e o Art & Manha.

Segundo Eldivane, no caso das mães que precisam deixar seus filhos em berçários antes de completar os seis meses de vida, é de extrema importância enviar para a escola o leite materno, acondicionando de modo seguro e em temperatura adequada.

A partir do quarto mês, também é possível sugerir os sucos naturais, seguidos das papinhas de frutas, no quinto mês, e da sopa amassada, no sexto mês. "Isso contribuirá para que o seu pequeno, por volta do 10º ou 11º mês, já aceite um cardápio variado e nutritivo, consumindo alimentos mais tenros como comidinha amassada e também frutas moles em pedacinhos", afirma a nutricionista.

Se bem estimulada no berçário e em casa, a criança, a partir de um ano, poderá acompanhar a alimentação da família, desde que adequada às necessidades de sua faixa etária. Conforme Eldivane, esse cuidado favorecerá o bom desenvolvimento físico e intelectual, além de prevenir várias doenças, bem como diabetes, obesidade, dislipidemias (colesterol e triglicerídeos elevados), hipertensão arterial e certos tipos de câncer.

Estímulos desde cedo

Ao proporcionar uma boa base aos bebês, respeitando sempre cada etapa da vida, dificilmente as crianças trocarão hábitos saudáveis por alimentos não recomendados, a exemplo de refrigerantes, achocolatados, biscoitos recheados, salgadinhos. É dessa forma, pelo menos, que a Escola Waldorf Micael compreende o comportamento daqueles bebês que foram estimulados.

Segundo a coordenadora da escola, Tatiana Branco, na sala dos pequenos, com idade entre 3 e 5 anos, funciona uma espécie de cozinha onde aprendem a manusear e a preparar os alimentos, dentre eles o pão integral.

Na Escola Vila, os estímulos também começam desde cedo, tanto que são ofertados cardápios para vegetarianos e veganos (sem proteína animal). "Ninguém traz lanche de casa e não temos cantina. Todos comem o que a escola prepara, sem problemas. Talvez pelo fato de, geralmente, os alunos chegarem aqui ainda pequenos", diz a coordenadora do período integral da Escola Vila, Carla de Oliveira.

Cristina Pioner
Redatora

FONTE:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/vida/a-hora-do-lanche-1.1224607