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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Mais de 200 mil residências não contam com água encanada no Ceará

Famílias que não têm água encanada em suas residências dependem de serviços externos para garantir o abastecimento. Uso da água é ainda mais essencial durante a quarentena do coronavírus.
Moradores do Ceará sofrem com a falta de água
 — Foto: Arquivo G1
Por Rodrigo Rodrigues, G1 CE
“Onde não tem cisterna, os vizinhos dão água, mas quando acaba, acaba pra todo mundo”, lamenta a agricultora Antonieta Pedro da Silva, 48, residente na zona rural de Nova Russas, interior do Estado. A cearense compõe um grupo mais amplo, de famílias que não contam com água encanada em suas residências e dependem de serviços externos para garantir o abastecimento, essencial durante a pandemia de Convid-19.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 209 mil domicílios cearenses não contam com água canalizada, número que representa 7% do total de domicílios. Sem o serviço, milhares de cearenses, em sua maioria no interior do Estado, recorrem a projetos externos de distribuição.

Até esta terça-feira (21), o Ceará havia registrado 3.682 diagnósticos positivos para a infecção, presente em 102 cidades cearenses. Conforme a atualização da plataforma IntegraSUS, feita às 17h20 de ontem, 221 pessoas perderam a vida por conta doença, representando uma taxa de letalidade de 6% dentre os infectados. Segundo especialistas, lavar a mão com água e sabão é uma das principais recomendações para evitar a disseminação do vírus.

A comunidade onde a agricultora Antonieta da Silva reside abriga mais de 80 famílias. Ela conta que o consumo cresceu por causa da higiene contra o coronavírus e água deve faltar no final do ano.

“Se a cisterna encher, dá pro inverno todo, mas quando ela seca, temos que abastecer. Se a gente tiver sorte, a Prefeitura manda deixar a água, quando não, temos que comprar do carro-pipa”, conta a agricultora.

Nas residências que possuem cisternas, usadas para guardar um pouco do excedente, como no caso de Antonieta, ainda é possível observar o acúmulo de março, mês que registrou pluviometria acima da média no Ceará. A água é usada para o consumo próprio e o preparo dos alimentos.

Nas residências que que não contam com água encanada nem com cisternas para o armazenamento, no entanto, a saída é contar com a solidariedade, situação de pelo menos 32 famílias na comunidade onde a agricultura vive com a família.
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