POLÊMICA

Marta vê discriminação em uso de grama artificial no Mundial

Folhapress | 07h46 | 16.10.2014

A jogadora de futebol brasileira, eleita cinco vezes a melhor do planeta, classificou como preconceito o uso de grama sintética no Mundial feminino de futebol no Canadá e apoiou movimento contra a Fifa

A jogadora de futebol brasileira Marta, eleita cinco vezes a melhor do mundo, classificou como discriminação o uso de grama artificial no Mundial feminino de futebol no Canadá, e apoiou o movimento contra a Fifa liderado por outras estrelas do esporte.

"Como atleta, não posso estar contra minhas companheiras. Mesmo que sejam adversárias, este é o nosso trabalho e estou com elas", disse a atacante em entrevista ao jornal "O Globo".

Um grupo de jogadoras liderado pela atacante americana Abby Wambach e a alemã Nadine Angerer apresentou no começo de outubro uma carta ao tribunal de Direitos Humanos de Ontario, no Canadá, alegando discriminação de gênero feminino por permitir o uso de gramado sintético no campeonato.

"Não deixa de ser uma discriminação, vemos realmente uma desigualdade de gênero. Umas das coisas que discutimos na ONU é que as mulheres tenham os mesmos direitos dos homens", disse Marta, embaixadora da Boa Vontade desde 2010.

Diferenças

O Mundial feminino de futebol será disputado entre 6 de junho e 5 de julho de 2015 em seis cidades do Canadá. A Fifa exige que a Copa do Mundo masculina seja disputada em gramados naturais, mas a exigência não se aplica ao campeonato feminino.

A Associação Canadense de Futebol afirmou ter estudos que desmontam o argumento das jogadoras de que o uso da grama sintética aumenta o risco de lesões. "Sugerir que ter jogos em grama sintética de primeira qualidade ao invés de grama natural trivializa este importante direito humano [a igualdade de gênero], disse a associação em comunicado.

FONTE: DN