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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Como o homem pode ser feliz se ele enjoa até de filé de primeira?



Calado e filosofando a 120 por hora, Carlos Máximo, que os amigos chamam de Boris, passa o tempo na Boca Maldita auscultando comentários dos velhinhos experientes sobre os mais diferentes assuntos para pescar alguma filosofia nova. Não é de se intrometer. Só de ouvir. Abrir o bico só com os amigos. Em ocasiões excepcionais. Ele disse que eu sou um destes amigos privilegiados. Por isso ouço.
Eu vinha do Edifício Asa em cuja galeria térrea fui comprar passagem de ônibus para mais uma viagem pelo hinterland paranaense, quando, na volta, ao passar pela Boca Maldita, Boris veio em câmara lenta na minha direção. Percebi na hora que ele tinha uma nova filosofia engatilhada para comunicar, bala na agulha. O negócio era aguardar e ouvir.
Ele se aproximou e perguntou: “Como o homem pode ser feliz se ele enjoa até de filé de primeira?”. Parei. Olhei o relógio que fica no pedestal da Boca Maldita para registrar o momento histórico: eram 13h45. Naquele momento me lembrei de outra filosofia que ouvi de manhã: “Ser feliz não é difícil. Mas custa uma grana preta”. Filosofias sobre a felicidade. Esta coisa tão desejada e fugitiva.
E todas estas filosofias não deixam de ter certa razão. Cada qual com seus motivos. Quis saber o de Boris. Ele disse: “Tom vai largar a Gisele”. Disse assim com esta familiaridade de quem fosse íntimo do famoso casal. E acrescentou: “Aquele mulherão, uma sereia. O cara é milionário, famoso e bonito. Com todo aquele caviar em casa, resolveu fazer um lanchinho no boteco da esquina. E se deu mal”.
Eu perguntei: “Peraí? É filé ou caviar?”. Boris disse: “Não desvie o assunto. É filosofia”. E acrescentou: “Depois disso, você vai dizer o quê?”. Ele se referia, claro, aos comentários sobre Gisele Bündchen e o marido Tom Brady. Um belo, lindo, rico e famoso casal. Que vai se separar porque Tom, como diz Boris, pulou a cerca, o muro e o alambrado.
Boris nem esperou comentário de minha parte e se afastou abalado com a fraqueza humana e a incapacidade de o homem ser feliz ou manter a felicidade. Eu voltei a caminhar na direção da Marechal Floriano Peixoto com a certeza de que ser feliz é no mínimo difícil, para não dizer impossível. Me lembrei de outro filósofo popular chamado Odair José: “Felicidade não existe. O que existem são momentos felizes”. Até prova material em contrário, todo mundo tá certo.
FONTE: Paraná online

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