SAÚDE

Músculos: perdas e ganhos

28.09.2014

Não há um suplemento 'milagroso', mas a combinação criteriosa e individualizada de nutrientes e treino com orientação profissional

Adquiri-los não é difícil: hoje em dia eles não estão apenas nas lojas especializadas - físicas ou virtuais -, mas também em farmácias, academias, supermercados. Tanta oferta, na verdade, é reflexo da procura crescente.

Na ânsia por resultados rápidos, cada vez mais adolescentes e adultos jovens que praticam atividade física têm recorrido à suplementação nutricional para alcançar objetivos proporcionalmente mais precoces, como melhora do desempenho, maior força muscular e músculos mais definidos.

A ingestão dessas substâncias, entretanto, acontece muitas vezes por autoadministração ou ainda pela recomendação de colegas de treino, sites da Internet e profissionais não especializados. O que era para ser benéfico, então, pode gerar prejuízos ao organismo. "Os benefícios acontecem de qualquer forma, porém um treino mal orientado associado a uma dieta ou suplementos que não são necessários ou adequados podem sim trazer malefícios à saúde, lesões e alterações no crescimento", indica a nutricionista Danielle Lodetti, especialista em Fisiologia do Exercício pela Escola Paulista de Medicina.

Apelo estético

A procura de suplementos nessa faixa etária é motivada pelo apelo estético e a busca por 'milagres' que os suplementos não podem garantir. "Os adolescentes estabelecem um padrão de imagem corporal e querem a todo custo obter este resultado, mesmo que seja às custas do uso de produtos prejudiciais à saúde", explica.

Ela justifica, contudo, que a prática de atividade física (especialmente a musculação) inicialmente também tem como objetivo a estética e a idealização do corpo desejado. Mas, sendo bem feita e bem orientada, não há mal algum em praticá-la, mesmo que seja pelo fator estético.

"Já o plano alimentar não pode e não deve ser substituído por suplementos. Como o próprio nome diz, eles são uma forma de suplementar a alimentação do paciente, quando o mesmo não consegue atingir suas necessidades nutricionais apenas por meio de alimentos", acrescenta a nutricionista Adriana Pereira Sampaio, pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Mestre em Nutrição e Saúde.

Os mais procurados

Entre os suplementos mais usados estão, de fato, os de proteínas, a exemplo do Whey Protein, da Abumina e da Caseína. Quando bem aplicados e associados a uma dieta adequada, eles auxiliam no ganho de massa muscular. Em excesso, no entanto, podem aumentar a gordura corporal, sobrecarregar a atividade renal, alterar a flora bacteriana intestinal e causar acne.

Jomar Souza, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, reforça que tais produtos só devem ser prescritos após uma avaliação profissional. Segundo ele, não há uma faixa etária contraindicada para o uso de suplementos, mas cabe a médicos e nutricionistas identificar as reais carências, sejam de proteínas, carboidratos, vitaminas ou outros nutrientes essenciais.

FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE