MODIFICAÇÃO CORPORAL
12h36 | 27.01.2015
Depois de diversos procedimentos Bruno Siqueira afirma: "o que eu tiver que fazer para me sentir bem, vou fazer”; além disso, o jovem conta que sofre com o preconceito de desconhecidos
O jovem Bruno Siqueira, de 18 anos, que mora em Guarapuava, na região central doParaná, já está acostumado com mudanças em seu corpo. Após colocar diversos piercings, fazer inúmeras tatuagens, colocar alargadores, bifurcar a língua e colorir o branco dos olhos, o jovem resolveu implantar chifres de siliconena testa. Ele conta que ainda não se sentia satisfeito com a aparência.
Desde cedo
Bruno começou bem cedo e a primeira modificação em seu corpo foi realizada aos 11 anos de idade, quando colocou o primeiro piercing no nariz. Logo após, aos 13 anos, tatuou estrelas em uma das coxas e não parou por aí. “Hoje, sei que tenho pelo menos oito piercings. Quanto às tatuagens, já perdi as contas. No rosto, sei que são quase 20”, afirmou ao portal de notícias G1.
Uma das modificações mais radicais foram os alargadores, um em cada lado do nariz, colocados com o auxílio de um bisturi, o que para ele "foi o procedimento que mais doeu até agora". Ainda em 2007, o jovem viu a técnica de tatuar o branco dos olhos pela primeira vez na televisão e só mais tarde, no ano passado, virou adepto da "eyeball tatoo". A injeção de tinta na camada de proteção dos olhos foi feita de graça no Rio de Janeiro, enquanto o jovem passava um período trabalhando no estado. "Foram 20 minutos para pintar cada olho. Uma agonia", contou. Porém, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SOB), esse tipo de procedimento não é aconselhável e pode levar à inflamações internas, além da perda da visão.
Outra das modificações também foi feita em 2014, quando Bruno bifurcou a língua. O processo reparte a língua com um bisturi e depois dão-se alguns pontos no lugar onde o corte foi feito. Apesar de ficar sem beijar por um bom tempo, o rapaz garante: " valeu a pena”.
A mais recente das modificações feitas por Bruno foi a implantação de dois "chifres" na testa, sem nenhum tipo de anestesia. Primeiro a pele é cortada, descolada e depois que os implantes são colocados são dados alguns pontos no local. "Ainda dói um pouco porque é uma operação recente”, conta.
Preconceito e problemas com a família
Porém, todo esse processo não foi fácil para Bruno. Logo que realizou as primeiras modificações em seu corpo, o rapaz teve que deixar a casa da família. “Eles não aceitavam muito. Eu não tinha lugar fixo; às vezes, ficava na casa de amigos ou por aí”, relata. Aos 16 anos, quando começou a trabalhar com tatuagem, ele pôde bancar uma casa própria. Hoje em dia, ele conta que se reaproximou da família e agora eles passaram a aceitar sua aparência. Em breve, no mês de abril, o jovem será pai da pequena Sophi e garante que não irá se opor se ela quiser fazer alguma modificação assim como ele. “Mas só quando ela for madura o suficiente”, explica.
Para ele, o preconceito de desconhecidos é a pior parte. Muitas vezes as reações fazem o tatuador evitar lugares muito movimentados. “Nas ruas, as reações são diversas: há quem fique olhando, há quem ri, há quem venha falar sobre Deus comigo, há quem queira tirar fotos, há quem me chame de gay...”, diz. Segundo ele, "as pessoas não estão preparadas para o diferente".
“Todos os dias, alguém me diz que eu devo seguir caminho de Deus. Não é porque implantei 'chifres' que não tenho fé, que quero me parecer com o diabo. Coloquei e creio em Deus, sim", conta ele.
A próxima modificação que Bruno deseja realizar é a suspensão corporal, técnica que suspende o corpo através de ganchos passados através de perfurações temporárias na pele. Além disso, o jovem afirma que quer viver de tatuagem e quanto ao seu corpo conclui: "o que eu tiver que fazer para me sentir bem, vou fazer”.
DIÁRIO DO NORDESTE
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